segunda-feira, 30 de abril de 2012

4ºTemporada- LIVRO MILENE- Capítulo 1

E foi alí, em meio a multidão, que vi aqueles olhos cor de jabuticaba, de Lucas. Aqueles olhos que me hipnotizavam quando estava em direção dos meus. Mas já não havia mais aquele brilho, não tinha mais aquela cor viva que sempre teve... Estava apagado, fosco, como os de um defunto. Os meus não estavam diferentes, depois que eu o deixei, Daniel me deixou, Neymar e Carol também me deixaram, eu fiquei sozinha. Eu e meu filho. Nosso filho. E lá estava eu, na frente do portão de nossa ex casa, tentando entrar. Minha vida passou como um filme, até achei que estivesse ficando louca ao ver nossas cenas se passando, mas era apenas um devaneio. A saudade dele era tanta, mas eu estava bloqueada, eu não consegui mais chorar, nem conseguia mais sorrir. Era como se todos os meus sentimentos em relação a ele, estivessem sido congelados. Talvez isso fosse bom, talvez eu conseguisse esquecê-lo... 
- Outch.- Gritei levemente, ao sentir minha barriga dar uma pontada.
 Então percebi, que mesmo que eu quisesse, eu jamais poderia esquecer Lucas. Eu estava carregando sangue do sangue dele em meu ventre, e em breve, estaria em meus braços. Eu mal poderia esperar pra ver aquele rostinho de anjo, mamando em meus seios, chorando de madrugada, e ver todos aqueles pequenos dedinhos, unhas, olhos, nariz, boca, orelha... Eu tinha quase certeza de que seria um mini Lucas. Eu sentia tanta falta dele... 

3 meses depois... 
- Ai...- Acordei assustada no meio da madrugada. Será que foi mais um pesadelo? Me levantei, fui até a cozinha beber um copo de água, lavei meu rosto, e parei em frente ao espelho de corpo inteiro que tinha em meu quarto.
- Como você tá grande, filho...- Falei acariciando minha barriga, quando sinto uma dor tão forte que não aguentei ficar de pé, minhas pernas cederam, e caí no chão. Estava meio tonta, e me preocupei ao ver que estava sangrando.
- Ai meu Deus, o que será que aconteceu? SOCORRO!- Gritei alto, mas em vão. Ninguém poderia me ajudar, e muito menos me escutar. Eu estava sozinha, e meu filho corria risco de vida. Me arrastei pelo chão do quarto, e consegui alcançar meu celular que estava em cima da cama. Liguei pra emergência, e estavam vindo pra cá. Eu estava em desespero, e se meu filho não resistisse? Se ele morresse, eu também morreria. Lágrimas não tinham mais de onde sair, e novamente senti a dor. Dessa vez com muito mais intensidade, e acabei desmaiando.

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