quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Capítulo 11

- Milene?- Disse uma voz vindo da porta. Eu não tinha forças pra responder, pois havia sido aberto um buraco tão profundo, que talvez nada pudesse curá-lo. Nada e nem ninguém. A única pessoa que poderia, era Lucas, mas para o bem dele, eu decidi deixá-lo ir. 
- Milene?- Continuou chamando a voz. Eu estava deitada no chão do quarto, no canto, chorando o que ainda me restavam de lágrimas... Nem abri meus olhos para ver quem era.
- Milene? O que aconteceu, minha filha? - Olhei e era Dona Fátima. Ela me abraçou, e disse:
- Minha pequena, vai ficar tudo bem... Fica firme. Está sendo difícil pra todos... Mas, vai ficar tudo bem.- Eu realmente queria acreditar no que ela estava dizendo, mas talvez os pedaços do meu coração, não pudessem ser mais colados, nem concertados, pois eles haviam sido queimados, até virarem cinzas. Eu abri meus olhos, e apenas acenti com a cabeça.
- Olha, só vim te avisar que o Lucas vai esse domingo pra Ucrânia. Eu só vou mês que vem, porque ele me pediu pra resolver as coisas do divórcio... Você está bem abalada, então eu venho amanhã, tudo bem?- Eu balancei a cabeça concordando. Ela se levantou, e foi pra perto da cama.
- Acho que ele esqueceu isso, né?- Disse Fátima. Eu olhei, e era o crucifixo dele. 
- Isso - falhei- Ele me deu, pra eu lembrar dele...- Era mentira, mas era uma forma de tê-lo comigo, sempre.
- Entendi... Fica bem, tá? Amanhã eu volto, e a gente se fala melhor... Se acalma.- Terminou ela, saindo do quarto.
Voltei para meu poço de depressão e dor. Um poço do qual nunca mais sairia. Dormi, até que acordei com Carol me chamando:
- Milene, acorda!- Dizia ela, com uma voz áspera. Então eu acordei. 
- Bom dia...- disse.
- Bom, agora que você acordou, se arruma, que eu, você o Ney, temos que conversar.- Eu estava confusa, mas acenti e me levantei. Entrei no banheiro, abri o chuveiro, me despi. Fui para a frente do espelho e vi minhas olheiras profundas, eu estava horrível. Entrei no chuveiro, e tomei um banho, para lavar minha alma. Saí revigorada. Amarrei meu cabelo em um rabo de cavalo, e coloquei meu moleton e um chinelo. Desci, encontro Neymar e Carol, ambos com feições um tanto preocupadas e nervosas. não entendi, porém me sentei na frente deles. 
- Milene, é o seguinte- começou Neymar dizendo.
- Olha Milene, você sabe que a gente gosta muito de você, e pra nós você é como nossa irmã... Porém...- Continuou Carol.