Capítulo 4
Dormi aos braços do meu amado, a melhor coisa da minha vida foi ter encontrado ele.
Acordei, e Lucas estava ao meu lado, dormindo como um anjo...Ah, como ele era lindo. Eu levantei, e fui preparar um café, hoje Lucas voltaria aos treinos, pelo SPFC. Logo, ele acordou, telefone tocando. Ele atendeu, eu só o vi, correndo, pegando o Nextel, todo desesperado, fui saber o que era.
- O que aconteceu?
- Ai meu Deus -Ele começou a chorar.
- O que aconteceu, Lucas?- Perguntei a ele, o abraçando.Então, ele se afastou de mim, e disse, colocando as mãos na cabeça:
- Foi o Thiago!
- O que aconteceu com ele?
- Ele sofreu um acidente de moto, e está em estado grave! - Disse ele, em meio aos prantos. Lucas não era muito grudado com o irmão, porém, família é família.
- Ai meu Deus! Aonde ele tá?
- Ele tá no Einstein... - Nunca tinha visto Lucas tão abalado. Eu o abracei e disse:
- Calma, vai ficar tudo bem! -Ele estava mal demais pra falar qualquer coisa.
- Vamos no hospital vê-lo, então! - Lucas assentiu com a cabeça, e me entregou a chave do carro. Fui correndo colocar uma roupa, enquanto Lucas telefonava pro CT do SPFC. Peguei a chave do carro, e fui dirigindo até lá. Ao chegar no hospital, Dona Fátima, estava aos prantos, e uma prima do Lucas, a acalmava, porém, no final, todos choravam, estavam desesperados. Lucas abraçava o pai dele, que era o mais "SÓBRIO", Lucas resmungava:
"Eu disse pra ele não comprar aquela moto" "Aquele filho da mãe, irresponsável!! Olha o Matheus, se ele morrer, vai deixar um filho de 7 anos!" - Seu jorge apenas dizia:
"Calma, Lucas! Vai ficar tudo bem... Ele vai sobreviver" "Ele precisa..." - Abaixou a cabeça por um segundo,como se só agora a ficha tivesse caído. Eles se abraçaram. Lucas já não tinha mais lágrimas pra derramar, assim como Fátima e Silvana.
Me sentei ao lado de Fátima, ela me olhou e disse:
- Minha pequena, desculpa não ter falado antes com você.- Ela abriu um sorriso, visivelmente forçado, ela estava muito mal.
-Fica tranquila Dona Fátima! Eu entendo... E,olha,o Thiago vai ficar bem... - Disse olhando nos olhos dela. Ela então, me olhou, e disse:
- Posso te dar um abraço? -Me espantei, minha sogra NUNCA, tinha me abraçado, nunca mesmo. Ela tinha bastante ciúmes do Lucas, pois ele sempre foi apegado a ela, e eles sempre moraram juntos. Assenti com a cabeça, e respondi, sorrindo:
-Claro que pode! - Ela me abraçou, suspirando falhadamente, e me disse:
- Me desculpa Milene! - Eu a olhei e vi, que ela estava realmente se abrindo comigo, e isso era bom.
- Desculpar do que, Dona Fátima?- Respondi. Ela segurava em minhas mãos.
- De eu nunca ter te tratado bem, como você merecia... Tudo por causa de ciúmes. Eu achava que você não era ideal pro meu filho, mas me enganei redondamente.Você é a pessoa certa pra ele.Eu vejo nos olhos dele, quando ele fala de você, que em você, ele encontrou o grande amor da vida dele... Se meu pequeno está feliz, eu sou a pessoa mais feliz do mundo inteiro! -Ela estava mais calma, talvez essa conversa a acalmasse, afinal, era bom ela se distrair, e colocarmos em pratos limpos, nossa relação.
- Eu amo muito seu filho... De verdade! Ele é o amor da minha vida... E enquanto a nós duas, fica tranquila. Eu gosto muito da senhora. - Ela me abraçou e disse:
- Menina de ouro!- Depois ela disse, sorrindo, dessa vez sem forçar:
- Só te peço uma coisa...
- O quê? - Respondi.
-Para com essa coisa de :DONA, SENHORA! Pode me chamar só de Fá!
- Ah, é costume... Mas, tudo bem, se a senhora...Ops- ela sorriu - "você" quer assim, tudo bem! Fá, então?!
-Isso! Bem melhor...
- Pode me chamar de Mi! - Ela sorriu.
-Ok, Mi. - Ela sorriu.- Acho melhor você ir acalmar seu marido, ele está aflito.
- É, tadinho... Já volto.- Me direcionei para o Lucas, que me abraçou bem forte, e disse no meu ouvido:
- Só seu abraço, seu cheiro, pra me trazerem paz. - Eu me sentia a mulher mais feliz e sortuda do mundo, por ouvir aquilo.
- Amor, vamos comer alguma coisa. Você não comeu nada, já tá quase na hora do almoço, e você precisa comer alguma coisa se não vai desmaiar. - Ele se recusou de início, mas depois cedeu. Típico de Lucas. Fomos para a lanchonete. Ele pediu um pão de queijo e um café, eu pedi um suco de laranja, e uma bolacha.
- Lucas, como tá sua situação no São Paulo?
- Nada boa... - Respondeu.
- Porque, amor?
- Estou faltando muito nos treinos, a torcida está pegando no pé, e o time está em crise... O mercado vai abrir semana que vem, eles estão querendo me vender pra algum time da Europa. -Pensei "Eba, Milão aí vamos nós"... Porém, ele completou:
- Fui sondado pelo Metalist da Ucrânia, pelo Kashiwa do Japão, e pelo Fenerbahce, também da Ucrânia. - Entrei em desespero. "UCRÂNIA"? JAPÃO? Porém, eu tinha que apoiá-lo independentemente de qualquer time que ele fosse.
-Nossa! - Falei.
- Eu sei, eu sei...Esses times são péssimos, mas, foram os únicos que deram ofertas "aceitáveis". O Milan, queria eu como empréstimo, porém, ia pagar pouquíssimo. Ai,mi! Minha carreira tá desabando!!! Aliás, minha vida,né?
-Calma, meu anjo...Vai dar tudo certo!!! Confia em Deus!!- Segurei sua mão. Ele passou a mão pela aliança, e disse:
- É... Minha "esposa".A vida não é fácil!! E vida de jogador é mais complicado ainda.
- Hey! Eu tô contigo e NÃO abro! Sou tua "esposa", tua melhor amiga...Aonde você for, eu vou contigo, e vou te apoiar!! Eu te amo! - Disse a ele, que abriu um sorrisinho torto e começou cantarolar:
"A minha sorte grande, foi você cair do céu, minha paixão verdadeira"... Te amo.- Dei um selinho nele. Terminamos nosso café, e voltamos pra espera, que nos consumia. Até que o médico, saiu da sala de cirurgia, e perguntou:
- Quem aqui é Lucas? - Lucas olhou espantando e respondeu:
- Sou eu!
- Você é o irmão doThiago?
- Sou sim!
- Venha comigo, por favor. - Aquela espera por notícias, estava matando todos nós. Lucas, entrou na sala, junto ao médico. Demorou algum tempo, até que ele saiu.