Capítulo 8
Não sei de onde vinham tantas lágrimas, mas eu deixei a carta, peguei poucas coisas de meus pertences e parti. Fui até Carol. Bati em sua porta. Ela estava com Fabiano em seu colo, ela me viu aos prantos, não disse nada. Apenas, colocou Fabiano no sofá e me abraçou. Nos sentamos no sofá maior que havia alí, coloquei minha cabeça em seu colo, e chorei. Chorei mais do que deveria. Até eu dormir. Acordei no quarto do Fabiano. Deitada na cama dele. Olhei pro lado, e tinha um porta retrato com uma foto. Eu peguei o porta retrato, e fiquei olhando. A foto era dos dois. Fabiano e Lucas. Lucas estava segurando Fabiano, que ainda era bebê, o sorriso de Lucas com crianças era totalmente diferente. Ele adorava crianças. Eu me culpava por ter perdido o filho que gerava dele, até hoje. Eu não me perdoava, Lucas amava aquele filho, e ficou decepcionado quando ficou sabendo que eu perdi. Nem para isso eu servia. Nem pra dar um filho pra ele.
- Me desculpa Lucas... - falei baixinho olhando aquele porta retratos, e chorando.
- Não se culpe - disse uma voz que vinha da porta. Era Neymar.
- A culpa foi minha, Milene. Se eu não tivesse te empurrado, você não tinha perdido o bebê. Mas, não se culpe por isso. Lucas precisa de você. - Ele disse achegando-se a mim, e sentando do meu lado. Eu deitei minha cabeça em seu peito, e tentei segurar minhas lágrimas.
- Fica calma, Milene. Tudo vai dar certo. - Disse Carol entrando no quarto.
- Acabou. - Falei respirando fundo.
- Tem certeza, disso? - Falou Neymar, olhando em meus olhos.
- Tenho. É o melhor pra ele. Ele iria prejudicar a carreira dele se ficasse comigo, e não quero isso.
- Mas e você? Vai ficar bem, sem ele? - Disse Carol.
- Vou. Eu preciso. - respondi.
- Tudo bem, então. Vamos te deixar a sós, ok? - Disse Neymar.
- Obrigada.- Respondi olhando pra Neymar.
- Ney... Só me faça um favor? - Disse olhando para ele...
- Claro...
- Não conta pro Lucas, que to aqui tá? - Deixa ele ir pra Europa, não quero mais vê-lo.
- Tudo bem... Se é assim que você quer, assim será. - Neymar disse, dando um beijo em minha testa e levantando-se da cama. Ele ficou ao lado de Carol, que o abraçou por trás, e disse:
- Se precisar, sabe que pode nos chamar, né?
- Sei... Meus irmãos. Obrigada, mais uma vez... Prometo que será temporário. É só até o Lucas ir pra Europa. - Respondi, me deitando sobre os lençóis que alí haviam. O que seria de mim, a partir de agora? O que seria de Lucas, a partir de agora?