sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Capítulo 3

- Bom, a ruim, é que não é gravidez. - RUIM? Isso era ótimo!
- E a boa? - Respirei aliviada. Lucas me olhou, abriu um meio sorriso, tambem aliviado, segurou em minha mão.
- A boa, é que foi só uma infecção estomacal - Eu sorri, e Lucas me abraçou. Não podia haver noticia melhor. -A senhora vai tomar por uma semana esses medicamentos, e tudo ficará bem. - Terminou dizendo. - Agradecemos a médica, e fomos para fora do hospital. Entramos no carro. Lucas estava estranho. 
- O que aconteceu, Lucas?
- Nada, Milene. - Ele tremia, sua boca ficou branca. Eu me assustei.
- Lucas Rodrigues Moura da Silva, eu sou sua esposa, melhor amiga, não esconda NADA de mim.- Ele me olhou rápidamente, e abaixou a cabeça. Eu coloquei minha mão em seu queixo, e o fiz olhar em meus olhos.
- Conta, lucas!
- Bom... É, que a Nayara veio me procurar.- EU SABIA, eu SABIA que aquela vadia iria procurá-lo. Meu Deus, será que eu NUNCA iria ter sucego na minha vida? Respirei fundo, tentei desfazer o nó que se formou em minha garganta.
- O que ela falou?
- Disse que sente minha falta, e todas essas besteiras... - Em conflito com minhas emoções, lágrimas rolaram em meu rosto, tentei segurar, mas quando vi, me desfiz em lágrimas.
- Tá vendo, Milene? Meu, tudo é motivo de você chorar, sua saúde é muito abalada, você é uma pessoa abalada emocionalmente, e isso afeta a minha carreira profissional. Não dá pra continuar assim, na boa. - Aquele momento, era como se ele estivesse terminando de assinar meu atestado de óbito. Me recusava a entender aquelas palavras, mas eu tinha que ser forte. 
- O que você quer dizer com isso? Não quer mais ser meu marido? - Fiz sinal que iria tirar minha aliança. Ele abaixou a cabeça, e vi uma lágrima escorrer seu rosto. Não, eu me negava a acreditar que aquilo estava acontecendo. O MEU LUCAS, meu anjo, MINHA vida, querendo se livrar de mim? Não podia ser possível. Os céus caíram sobre a minha cabeça, o chão se desfez sob os meus pés. Respirei fundo, mas a profunda amargura tomou conta do meu peito, mas eu não podia mais chorar na frente dele, se ele já achava que eu era desequilibrada, o que iria pensar? Eu fiz o último apelo.
- Tá vendo isso bater? - Coloquei sua mão em meu peito, depois ele colocou o ouvido em meu coração, que batia descompassadamente...- Prossegui:
- Ele só bate por você. Sem você, ele morre. Mas, a escolha é sua. Você sabe o quanto te amo, e sou dependente desse amor, pra viver. - Ele me abraçou, e se desmanchou em lágrimas, eu retribui o abraço, tentando segurar, mas não deu. Quando vi, eu o acompanhava no choro. Ele levantou a cabeça olhou em meus olhos, e disse:
- O que é que você tem menina, que me prende a você? Por menos de 1 segundo que tentei viver sem você, foi como tentar viver sem respirar. Eu te amo Milene, e nunca vamos nos separar. - Aquele momento, foi um alívio, era como se todo o buraco em meu peito se fechasse, e houvesse paz depois da guerra. - Nos beijamos, profundamente. Tinhamos uma ligação muito profunda, que ultrapassava todas as barreiras, que faziam cair todos os limites de compreensão. Lucas e Milene. Era como algo inexplicável. Um totalmente dependente do outro.
- Eu te amo Lucas Moura. - O beijei. 
- Bom, tá tudo muito lindo, mas precisamos ir... 
- Sim, infelizmente. - Ele sorriu, e nos separamos, mas apenas nossos corpos, pois a nossa alma estava ligada. Ele ligou o carro, e prosseguimos para casa. A nossa casa.
Meu celular toca, era Carol:
- Oi amor...
- Oi Carol... tudo bem?
- Tudo sim... Mas, e você? Tá melhor?
- Tirando que em menos de 3 horas, eu pensei que estava grávida, quase terminei do Lucas, vi a ex dele, indo...
- QUE? Como assim? - Disse carol, então, eu expliquei tudo a ela, que com suas palavras, me acalmou. Minha segunda mãe.Desliguei o celular, e fui me deitar, ao lado de Lucas, que se encontrava apenas de cueca. Porque ele fazia isso comigo? Mas hoje eu não ia ceder. Não mesmo. Por mais que meu corpo implorasse pelo dele, eu não ia ceder. Ele me olhou, e eu me deitei. Ele se deitou de conchinha, atrás de mim, e disse no meu ouvido:
- Eu te amo, minha princesa.- Era tudo que eu precisava. Respirei fundo, e dormi, com seus braços ao redor do meu corpo.