quarta-feira, 11 de julho de 2012

Capítulo 11

Era manhã de domingo, quando acordei com meu celular vibrando em baixo do meu travesseiro. Era uma mensagem. Minha vista estava embassada, e ainda estava sonolenta, fechei meus olhos, e pensei: "Não deve ser nada importante". Ao voltar a pegar no sono, meu celular vibra de novo, dessa vez, resolvo ver o que era. A mensagem estava em um número restrito, e dizia:
"Preciso da sua ajuda."- Aquilo me intrigou. Quem precisaria da minha ajuda, e me mandaria um sms com o número restrito? Como não era possível responder, me levantei, e fui pegar Lua no berço. Mas ela já não estava mais lá. Desci as escadas, e encontrei Daniel segurando ela no colo, e ela sorrindo pra ele, toda oferecida. De repente, um pensamento me pegou:
"Como o tempo passou rápido! Olha o tamanho do meu bebêzinho!"- Então eu sorri, e fui ao encontro deles. Daniel ao me ver, abriu o sorriso, e disse:
- Bom dia, amor. - Deu um beijo na minha testa, e eu apenas sorri. Lua estendeu os braços pra mim, e eu a peguei no colo.
- Bom dia, pequena da mãe! - E beijei sua pequena testa.
- Mi, tudo bem com você?- Perguntou Daniel preocupado como sempre.
- Tudo... Porquê?
- Nada. Só pra saber.- Ele não estava normal, e eu tinha certeza de que ele estava me escondendo alguma coisa.
- O que aconteceu, Daniel? Pode me falar!
- Não é nada comigo... - Então eu tive certeza de que algo ruim havia mesmo acontecido.
- Com quem então, pelo amor de Deus?!
- Lucas...
- Ai, meu Deus... Ele de novo? O que foi dessa vez?
- Bom... Neymar pediu pra eu não te contar, mas é melhor você saber agora.
- Conte-me agora! Pelo amor de Deus.- Nesse momento toda a minha razão havia ido embora. Coloquei Lua no cercadinho, e me sentei no sofá. Minhas mãos suavam frio, e uma má sensação estava cercando.
- A situação psicológica dele está pior. Milene, ele foi despedido do time que ele estava jogando, e agora está desempregado, e com depressão profunda... Neymar disse que ele está inconsolável, não sai do quarto escuro dele pra nada...
- Mas em que eu posso ajudar?
- Milene... Hello! Você é a mulher da vida dele, e ele ainda te ama, eu tenho certeza...- Falou Daniel entre os dentes. Eu sabia que aquilo o afetava, eu sabia que Daniel me amava. Eu estava de pés e mãos atadas, pois não sabia se eu poderia ser uma fonte de ajuda na vida de Lucas, pois eu nunca fui estável. E outra: Meu amor por ele estava muito abalado. Ficamos muito tempo separados, eu fui substituindo ele por outras coisas e pessoas, e hoje não sei se o amo mais o suficiente. Mas de uma coisa eu tinha certeza: Eu queria ver ele bem. Eu me separei dele pra isso. Ver ele feliz.
- Dan... Não sei o que fazer, sinceramente.
- Mas, Milene... Você ainda o ama?- Perguntou Daniel. Então eu suspirei fundo, tentando engolir aquela lágrima que sempre teimava em aparecer quando o assunto era Lucas. Olhei pra Daniel, que entendeu tudo aquilo sem eu ter que dizer ao menos uma palavra.
- Não sei... Eu quero vê-lo bem, mas não sei se sou forte o suficiente.
- Hey, levanta esse olhar princesa. Olha pra trás, tá vendo o quanto você amadureceu, e se tornou independente? Você mora praticamente sozinha, e é mãe solteira! Seus pais moram em outro país, e você não tem marido. Você está bem, não está?
- Eu tenho você, Daniel... É diferente. Eu tenho Neymar. - Respondi refletindo nas palavras que Daniel havia dito.
- Sim, você tem a mim. Mas agora está na hora de você parar de correr da felicidade, e ir atrás dela. Deixar ela te encontrar, ao invés de você mascarar os fatos. Eu ouço você todas as noites chorando baixinho pra ninguém escutar... Eu sei que você sente falta do Lucas. Você o enxerga através dessa menina. E ele sente sua falta... Imagina como ele não vai ficar feliz ao saber que é pai dessa princesinha? Pensa, Milene. Eu te amo mais do que tudo nesse mundo, pode ter certeza. Mas meu amor por você é de irmão. E eu quero te ver feliz, sem fingir um sorriso só pra que ninguém pergunte o que está acontecendo. Seja você mesma, faça o que você tem vontade, faça o que seu coração implora todos os dias. - Daniel terminou me abraçando e sussurrando ao meu ouvido.- Quero ver você feliz, e completa. Eu te amo. - Então ele me abraçou forte e me soltou. Eu apenas respirei fundo, engoli todas aquelas palavras, e tomei uma decisão. Eu iria atrás de Lucas. 
- Daniel, eu vou atrás do Lucas. Eu preciso dizer que ele é pai, preciso tirar ele desse abismo. Eu não irei me perdoar se algo ruim o acontecer. Eu o amo... Por mais que me doa, eu o amo. 
- Isso. Vá ser feliz. - Daniel sorriu e pegou Lua no colo que sorriu exatamente igual ao Lucas, aquilo me impactou. 
- Meu Deus. - Falei abismada.
- O quê?- Perguntou Daniel.
- Nada... Besteira minha.- Sorri e me levantei.
- Vou pegar meu celular e ligar pra Fátima, perguntar algumas informações sobre Lucas.
- Bom... Faça o que achar melhor. 
- Certo. Já volto. - Subi as escadas e fui buscar meu celular. Encontrei as janelas abertas, aquilo me deixou intrigada.
- Ué, lembro de ter fechado essa janela!- Quando de repente, sinto um arrepio se entender por toda minha coluna, até minha nuca, e depois para meu rosto e meus braços.