Capítulo 16
Chegando em casa, terminei de guardar algumas coisas nas malas, e peguei meu passaporte. Fui até o Consulado Francês, pra pedir uma estadia longa no País deles, expliquei toda a minha situação, foi complicado, mas como meus pais moravam lá, eles assentiram, e me deram a permissão. Estava aliviada, essa parte estava tranquila. Agora, eu tinha que ir no Aeroporto compra a passagem... Mas antes, resolvi passar na casa do Neymar e da Carol. Buzinei, e Neymar saiu, de chinelo, sem camisa e de samba canção.
- Iai, neguinha... Tá melhor?- disse ele sorrindo.
- To sim, pretinho... Mas, tenho uma notícia.- Respondi descendo do carro e indo em direção a ele.
- Notícia?- Perguntou ele coçando a cabeça.
- Bom, eu vou morar em Marsella com meus pais...- Respondi, sorrindo.
- Sério? - Sorriu Neymar, aliviado.
- Sim... Vai me fazer bem... Respirar novos ares, né?- Eu retribui o sorriso, e continuei.
- Boa sorte lá no Barcelona, tá? Eu sei que é só empréstimo, mas que você possa se firmar lá, e fazer muito sucesso, você merece!
- Poxa, obrigada, irmã! - Disse Neymar, me abraçando. - Vou sentir sua falta, doidinha...- disse ele ao meu ouvido. Eu também sentiria muita falta dele, pois eu amava muito Neymar, era como meu irmão.
- Ai Ney, não chora! Porque assim eu choro também, pô! Sabe que sou mantegona- O abracei denovo, e ambos choramos. Era engraçado ver ele chorar, mas despedidas sempre são doloridas.
- Ney... Cadê a Carol? -
- Lá dentro... Ela não tá muito boa, acho que tá de TPM- Falou sorrindo.
- Entendi, vou lá me despedir dela, e do filhote, né? - Ele sorriu e disse:
- Poxa, é a primeira vez que nos separamos, né irmã?
- Sim maninho... Mas a vida é essa, né?
- Eita vida estranha - respondeu caindo na risada.
- E bota estranha nisso!- falei acompanhando ele na risada. - Entrei na sala, e Carol estava deitada no sofá.
- Oi Carol...- disse indo pra perto dela.
- Oi, Mi!- respondeu se sentando.
- Sim... Olha, tenho notícias...
- Boas ou ruins?
- Até que em fim, boas, né? Chega de desgraça! - Respondi gargalhando, ela e neymar também riram.
- Me conta logo, mulher!
- Eu vou morar em Marsella com meus pais.
- Sério? Poxa Mi, vai ser muito bom pra você!
- Vai sim... Vou sentir a falta de vocês, seus putos.- disse dando um soco no braço de Neymar.
- É, e nóis de você doidinha!- Respondeu Neymar beliscando minhas bochechas.
- Bom, é isso... Eu vou hoje pra lá... Vou no aeroporto comprar as passagens, e vou.
- Entendi... Bom, quando você quiser nos visitar na Espanha, só dar um toque, viu?- disse Carol sorrindo.
- Digo o mesmo! Quando quiserem ir em Marsella, me avisem. Vou esperar. Cadê o pequeno?- perguntei.
- Dormindo, ele tá doentinho... - respondeu carol.
- Ah, sim.. Dá um beijo nele, tá?- Neymar estava de cabeça baixa do meu lado.
- Ney, para de chorar!- Disse gargalhando.
- HAHAHA, é que não sei você, mas eu amo minha maninha e ela vai pra muito longe de mim. E talvez nunca mais nos vejamos.
- Vira essa boca pra lá... Vamos nos ver muito ainda...- Eu o abracei, e limpei as lágrimas que escorriam em seu rosto.
- Te amo, Milene. -
- Te amo, Neymar!
- Te amo, também, Carol... Vocês foram muito importantes na minha vida, obrigada por tudo, tá?- Nos abraçamos, e choramos. Eu não sei como eu conseguiria ficar longe deles, pois a vida toda fomos grudados, desde a época da escola, e eles me acolheram todas as vezes...
- Obrigada mesmo. Obrigada por t...tudo- disse me levantando e limpando meu rosto, que estava completamente molhado de lágrimas.
- A gente que deve te agradecer... Nunca se esqueça da gente, tá?- Disse Carol.
- É, e pode chamando no BBM, e etc. - Disse Neymar.
- Ok, Ok. A gente mantém contato. Certo? Não vamos nos desunir.- Respondi sorrindo. - Neymar e Carol foram comigo até o portão, eu abracei eles novamente, respirei fundo, e fui embora. Fui até o aeroporto, eram 22:16. Consegui passagem pra 02:50. Fui no Chek-in, e fiquei esperando. Quando deu 00:10, começou uma movimentação no Aeroporto. Gelei. Era ele. Lucas. Vi de longe a multidão ao redor dele, não me aproximei, fiquei de pé, ao lado das cadeiras de espera. Os seguranças afastaram as pessoas, e Lucas continuou andando rápido. Até que foi chegando perto de mim, eu coloquei meu capuz, não queria que ele me visse. Tarde demais. Nossos olhares se cruzaram. Senti um arrepio. Vi confusão no olhar dele. Eu me virei. Me sentei, e fingi mecher no celular, mas eu tremia, e minha respiração estava descontrolada. Voltei a olhar, e novamente, nossos olhares se cruzaram. Ele se virou, e entrou no vôo. Senti que uma parte de mim, ia com ele.
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