terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Capítulo 30


Sequei minhas lágrimas, respirei fundo, me levantei, e fui ao banheiro lavar meu rosto e me vestir. Uma enfermeira entrou no quarto, e perguntou ao Emilien se eu estava bem, ele respondeu que sim, e ela me liberou.
- Obrigada, Emilien. Bom, estou voltando para o Brasil.
- Tem certeza?- Disse ele preocupado.
- Sim. É minha única saída. Não vou conseguir ficar aqui, sem o Daniel.- Falei abaixando a cabeça.
- Entendo... Ok, mas se cuida. E cuida do menino.- Falou passando a mão na minha barriga.
- Menino?- Falei.
- É, vai ser um menino. Enquanto você dormia, Petra te examinou, e comprovou que é um menino... E é super saudável, tem um coraçãozinho, que bate rápido como uma escola de samba.- Disse rindo. Só aquilo poderia alegrar meu dia. O meu pequeno, veio em hora certa. Seríamos só eu, e ele, a partir de agora.
- Ai, não acredito! - Falei emocionada.
- Parabéns... Já sabe qual o nome?- Perguntou.
- Sim... Daniel Silvestre Moura.- Falei convicta. Emilien espantou-se, porém sorriu, e entendeu.
- Ele ficaria muito feliz, em saber que seu filho terá o nome dele... - Disse Emilien.
- É, ele merece. - Falei engolindo o nó em minha garganta.
- Manda notícias, ok?
- Pode deixar. Manda um beijo pra Petra. Bom, vou indo. - Me despedi, e fui para casa, pegar minhas coisas. Ao mexer na gaveta, encontrei o crucifixo do Lucas. O peguei, e coloquei em meu pescoço. Coloquei o anel que Daniel tinha me dado, em minha mão direita, como sinal de amizade eterna. Fiz minhas malas, e liguei para minha mãe:
- Mãe?
- Filha, é verdade?
- O que?
- Daniel... M..Morreu?
- Si..Sim, mãe.- Falei soluçando.
- Meus pêsames. Você deve estar péssima!
- Mãe, estou grávida!
- MEU DEUS, DO CÉU!- Falou e ficou em silêncio por alguns segundos.
- Mãe?
- É do Daniel?
- Claro que não, mãe! Nós eramos apenas amigos. Nunca tivemos nada... A não ser um beijo que Daniel me deu, mas foi só da parte dele... É do Lucas.
- E agora?
- Vou voltar pro Brasil.
- Não vai, não!
- Vou, sim. E fim de papo. Não vou ficar em Marselha, me torturando com a morte de Daniel.
- Mas como você vai fazer?
- Eu me viro.Tenho dinheiro, e a casa ainda não vendeu, nem o iate. Me viro.
- Tudo bem... Mas, se cuida filha! Eu e seu pai, te amamos.
- Eu também. Preciso desligar, beijos.
- Manda noticias!
- OK.- Desliguei o celular, e liguei para um Taxi. Ele me levou até o aeroporto. Comprei minha passagem, e fiquei na sala de espera. Toda minha vida estava passando diante dos meus olhos.
Embarquei no avião. Dormi, ou tentei. Tive pesadelos horríveis a noite toda. Acordei com a freada do avião.
"Senhores passageiros, sejam bem vindos ao Brasil". Foi como um Deja vu, estar voltando para um lugar, que aconteceu tantas coisas em minha vida. Desci do avião, fechei os olhos, respirei fundo, e falei: "Ah, meu Brasil! Cá estou eu... Um bom filho a casa torna!". Fui para um cafeteria, depois, decidi ir para a casa do Neymar. Estava destraída andando pelo aeroporto, quando esbarro em alguém.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Capítulo 29

- Com licença.- Falei empurrando algumas pessoas que impediam a passagem até o local do acidente. Consegui chegar perto, e o corpo de bombeiros estava atendendo o motorista do caminhão, eu fui perguntar o que tinha acontecido.
- Com licença, o que aconteceu?- Perguntei para um bombeiro.
- Senhora, um carro foi ultrapassar outro, e bateu de frente com esse caminhão, e o carro voou, e caiu no rio. - Disse ele olhando para o abismo que havia do lado francês, e era justamente alí que o carro caiu. Fui olhar, e não consegui enxergar nenhum carro, talvez a correnteza do rio o tivesse levado.
- Alguém sabe dizer, que carro que caiu?- Perguntei tentando não pensar no pior.
- Foi um táxi, senhora... Me falaram que foi de um tal de ... Daniel, acho. - Senti minha cabeça rodar, minhas pernas cederem, e caí no chão, inconsciente. Não era possível aquilo estar acontecendo! Parecia mentira, um filme de Hollywood. Mas não, era verdade... E era com o Daniel, o MEU Daniel.
"Eu sei que confundi as coisas, mas ... Eu te amo"- Foi a única coisa que ouvia em minha cabeça. Eu não me perdoaria nunca pela morte de Daniel, se eu não tivesse sido tão rude com ele, ele não sairia que nem louco, e bateria em um carro. Ah, Daniel! Até você me abandonou. Senti o gosto do beijo dele, pela primeira e ultima vez. Não havia paixão, apenas remorço. E isso era horrível. Acordei aturdida, confusa, gritando: "Daniel, Daniel". Me levantei da cama bruscamente, e vi Emilien, com os olhos inchados e vermelhos. Eu olhei pra ele, e disse com um nó na garganta:
- Então é verdade?- Ele balançou a cabeça, assentindo, e disse:
- Eu sinto muito... Muito mesmo.- Comecei a chorar, entrei em desespero. Por mais que eu não amasse Daniel, como homem, eu o amava como amigo. Ele foi a melhor pessoa que conheci, depois do Neymar.  Emilien, me abraçou, e ambos choramos, choramos muito.
- Eu não acredito que isso está acontecendo... O MEU DANIEL, SE FOI!- Falei em prantos.
- EU DISSE MILHÕES DE VEZES PRA AQUELE DESGRAÇADO NÃO CORRER... E AGORA? ELE ERA MEU IRMÃO, MEU MELHOR AMIGO... MEU PARCEIRO!- Disse Emilien inconformado.
- O meu também... - Falei baixando a cabeça.
- Antes dele sair de casa hoje, ele me ligou... e disse que ia pedir você em namoro, estava todo empolgado... Coitado...- Falou Emilien.
- Ele me pediu, porém...- Eu olhei pra minha barriga, e disse:- Eu estou grávida do meu ex marido.- Emilien arregalou os olhos, e disse:
- Foi por isso? Ai Daniel...- Engoli seco, e falei:
- Eu, não tenho culpa... Eu ainda amo meu ex marido, nunca neguei isso a Daniel, porém, ele se apaixonou por mim!- Terminei secando uma lágrima.
- Entendo... Fica calma... Ele era assim mesmo, impulssivo! Mas, descansa agora, e mais tarde você terá alta. - Falou.
- Impossível... Daniel...- Não consegui terminar, e comecei a chorar de novo. Só de pensar que eu não mais o teria, pra me apoiar, pra me divertir, pra me escultar, me dava um profundo desespero, e medo. Meus pais quase não me viam, e eu estava sozinha. Eu não conseguiria ficar em Marselha, sozinha, e com o fantasma de Daniel. Eu só tinha uma saída. Voltar ao Brasil.

sábado, 18 de fevereiro de 2012

                                                              Capítulo 28

- Mi, você tá bem?- Disse Daniel assustado.

- Tô...- Falei tentando controlar o que estava sentindo.

- Eu sei que fui preciptado, ou confundi as coisas, mas eu te amo!- Falou Daniel me puxando pra fora do carro, e encostando seu corpo ao meu. Por mais que eu quisesse, eu não conseguia sentir algum sentimento por Daniel, se não amizade.

- Daniel, você tá...- Eu sentia a respiração dele, perto demais da minha pele. Quando vi, ele estava me beijando. Delicadamente, seus lábios encostaram nos meus, porém, eu não cedi, e me afastei, o empurrando.

- Não dá. - Falei balançando a cabeça.

- Porquê? Dê uma chance para nós.- Falou implorando.

- Eu gosto muito de você Dan, mas...

- Mas, o quê? Você não me ama... Eu sei, mas você sente um carinho por mim, e até me acha bonito!- Falou soltando uma risada.

- Claro, mas é amizade... E outra...- Falei olhando para meu ventre, colocando a mão ao redor da minha barriga.

- Não pode ser...- Disse Daniel, entendo tudo.- Não pode ser!- Falou batendo no carro.

- É. Estou grávida!- Falei ríspida.

- Ah, Lucas, você me paga!- Falou revoltado.

- Calma, Daniel! Não fala assim!- Disse tentando acalmá-lo.

- Calma? Rá. Eu pensei que...- sua voz falhou.- Que poderiamos ser felizes juntos.-ele parou e olhou pra mim, que estava passando a mão em minha barriga.- Mas, errei. Mais uma vez.- terminou, ficando sério, e entrando no carro.

- Daniel, abre essa porta. Vamos conversar direito! - Falei batendo no vidro do carro. Porém, ele não me ouviu, ligou o carro, e saiu, cantando pneus, a toda velocidade.

- DANIEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEL!- Gritei, e aquele vale fez minha voz ecoar para longe. Entrei em meu carro, o liguei, e fui correndo atrás dele, tentativa em vão, a minha querer alcançá-lo, porém, eu tentaria. Corri por alguns segundos, quando vi uma parte da ponte congestionada, achei estranho, tinham várias pessoas saindo dos carros, deveria ter acontecido algo. Eu buzinei, e veio um homem, parou do meu lado, e disse:

"Calma Dona, aconteceu um acidente gravíssimo, parece que teve até morte".

- Ah, que ótimo!- Resmunguei. Eu desesperada atrás de Daniel, e me acontece isso... Senti uma sensação horrível, invadir meus pensamentos. "Foi o Daniel". Ouvi uma voz clara dizer aos meus ouvidos.

- Não pode ser!- Falei alto. Desci do carro, e saí correndo, até que encontrei um caminhão atravessado na pista, e uma parte do concreto da ponte, tinha caído. Parei, e senti minhas pernas cederem. Algo muito ruim tinha acontecido. Eu temia o pior.

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Capítulo 27

Keylla entrou na sala novamente, e disse sorridente:
- Quando souber o que é, pode me dizer?- Fiquei confusa no início, demorei pra entender, porque meus pensamentos estavam muito longes.
- Souber o que?- Falei balançando a cabeça.
- Oras, o sexo do bebê...- Falou Keylla.
- AHH, sim! Claro que falo! - Respondi sorrindo.
- Ok, olha, qualquer coisa, me liga... Gostei muito de você. Tá aqui meu cartão.-Disse Keylla me entregando um cartão.
- Ah, que fofa! Pode deixar, ligo sim! Bom, agora tenho que ir, depois a gente se fala... Beijo.-Falei a cumprimentando e saindo da sala. Ao sair do SPA, entrei no meu carro, sentei no banco, respirei fundo, e fechando os olhos, fiquei alguns segundos passando a mão em minha barriga, e tentando imaginar, o que eu iria falar pra Daniel, meus pais, e se eu iria contar para o Lucas. E mais uma vez, Milene Silvestre estava com milhares de interrogações em sua cabeça, e um aperto no peito. Não pela gravidez em si, porque ela queria muito esse filho, mas sim, de como iria lidar com ela. 
- E lá vamos nós!- Falei soltando a respiração e ligando o carro. Peguei meu celular, e liguei pra Daniel.
- Dani?
- Oi Mi! Tá tudo bem?
- Ta sim... Queria te falar uma coisa, é importante. Pode ir lá em casa?
- Claro! Aonde você tá?
- To saindo do SPA... 
- Ok, mas... Não é melhor nós nos encontrarmos em outro lugar? Queria te dizer umas coisas, também. 
- Tá, você que sabe... Mas, aonde? 
- Queria ir no "nosso lugar", pode ser?
- Claro! 
- Então tá, nos encontramos lá!
- Ok, beijos.
- Beijo, tchau.- Disse Daniel desligando. Mas, o que será que ele queria me dizer? Ai Deus, só espero que seja uma coisa boa!
Fui ao encontro de Daniel, no "nosso lugar", na divisa da França/Suíça. Cheguei lá, ele ainda  não estava, eu desci do carro, e fiquei apoiada na lateral dele. Não demorou muito, e Daniel chegou. Ele desceu do carro sorrindo, e me abraçou. Eu retribui, mas não com tanta empolgação que ele. 
- Bom, o que eu queria te dizer, é que...- Falei olhando em seus olhos verdes reluzentes.
- Mi, deixa eu te falar primeiro uma coisa?- Falou ele.
- Pode!- Sorri.
- Bom, fecha os olhos.- Senti uma sensação nada boa, porém, assenti e os fechei.
- Pode abrir.- Disse ele. Quando eu olhei, lá estava ele, ajoelhado em minha frente, segurando uma caixinha vermelha, com um anel de brilhantes. Fiquei chocada, desnorteada. Sem reação. 
- Mi, já tem um tempo que quero te dizer isso... Mas só agora tomei coragem. Bom, ambos sabemos que temos que seguir nossas vidas, e esquecer o Lucas e Lily. Aceita namorar comigo?- Senti minhas pernas bambearem, coração pular, e minha barriga tremer. Sentei no carro que estava ao meu lado com a porta aberta. Eu estava tonta, não podia estar acontecendo aquilo! Como eu ia dizer que estava grávida do Lucas? Do que Daniel seria capaz?

sábado, 11 de fevereiro de 2012



Capítulo 26

- O que aconteceu?- Perguntei assustada.
- Ai meu Deus! Ai meu Deus!- Disse Keylla apavorada, andando de um lado pro outro da sala.
- Fala, moça, pelo amor de Deus! O que aconteceu?
- Calma, dona Milene... Eu não tenho certeza, mas...- Disse ela, tentando segurar a respiração, e se acalmar. E me acalmar. 
- Olha, eu não vou ficar calma, até saber o que aconteceu! - Respondi.
- Eu não tenho certeza, mas... Eu senti algo mechendo na sua barriga. - Quando ela disse aquilo, eu fiquei confusa, milhões de coisas vinham em minha cabeça.
- O...Quê?- Falei perdendo a direção.
- Eu ...- Ela começou a falar, e desmaiou. Me apavorei, desci da maca, e fui acodir ela, enquanto gritava chamando por outras pessoas. Eu consegui erguí-la, e colocá-la em uma cadeira, porém, senti uma forte pontada em minha barriga, tão forte, que meu corpo repuxou pra trás, e eu caí sentada. Uma moça que estava limpando do lado de fora, me acodiu, enquanto Keylla voltava a consciência. Então, eu coloquei a mão em minha barriga, e senti algo se mexer.
- Ai MEU, DEUS!- Falei, e todos os pelos do meu corpo se ouriçaram. Derrepente, ouvi a voz de Lucas, dizendo:
"Eu vou embora, mas você nunca vai esquecer de mim..."- O que ele queria dizer com aquilo? Derrepente, me veio a lembrança, dos enjoôs que tive ao chegar na França, e de que não nos previnimos em nossa ultima relação... Foi como uma bomba. Entrei em choque, todos os músculos do meu corpo, perderam as forças, eu não me movia, nem conseguia responder, ninguém. Apaguei. Eu sentia o toque do Lucas, sentia os seus lábios, seu corpo suado, junto ao meu... Sentia a respiração falhada dele em meu ouvido, e de vez em quando um "eu te amo". Eu estaria no paraíso? Senti uma paz invadir meu coração, e vi a cena, de nós dois, velhinhos, sentados em uma rede, com nossos netos, correndo a nossa volta, dizendo: "vovô Lucas, vovô Lucas", Lucas sorria, pegava uma menininha, com uns 3 anos de idade, moreninha, do cabelo todo cacheado... Ela sorria, e ele retribuia.
- Vovô, você ama a vovó?- Ele sorriu, beijou minha testa, e disse:
- Mais que tudo nesse mundo.
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- Dona Milene?- Ouvia uma voz ao fundo.
- Mileme?
- Lu, Lucas...- Acordei falando. Caí na realidade, de que aquilo foi só mais um sonho... Lucas não estava alí, e se eu estivesse mesmo grávida, eu não saberia o que fazer... Nem como contar para o Daniel.
- Você está bem?- Perguntou Keylla.
- Sim...- Respondi me levantando.
- Mil desculpas Dona Milene, não sei o que aconteceu comigo, ai meu Deus... 
- Se acalma, tá tudo bem...
- Mesmo?- Disse keylla.
- Sim...- Respondi, sorrindo.
- Bom, então... - Falou Keylla, olhando para o lado... Era petra.
- Petra!- Falei surpresa.- O que faz aqui?
- Milene, eu vim te examinar... Você teve um desmaio por causa da gravidez!
- GRAVIDEZ?- Falei entrando em desespero.
- É, fiz um exame enquanto você dormia, e sim... Você está grávida... - Aqui foi me dando uma agonia, uma angustia, comecei a chorar.
- Ai meu Deus... Daniel já sabe?- Perguntei entre soluços.
- Ainda não... Mas, ele é o pai?- Perguntou Petra.
- HAHAHAHAHA, antes fosse! É muito mais complicado.- Respondi.
- Desculpa, não foi minha intenção... - Disse ela desconcertada.
- Relaxa.
- Bom, você precisa de repouso, e NADA de drenagem, NADA de nada. Seu filho precisa de cuidados! Como você já teve aborto, você precisa evitar.
- Ok... Mas, você sabe me dizer de quanto tempo?
- Bom, em torno de uns 5, 6 meses. Olha, não sei como você não percebeu!
- Ah, eu sou desligada, e pode perceber que a minha barriga não parece de grávida... - Falei passando a mão na minha barriga.
- Bom, se cuida! E... quer que eu fale pro Daniel?- Disse Petra.
- Não, deixa que eu conto... - Falei passando a mão na cabeça.
- ok! até mais, qualquer coisa me liga!- falou saindo da sala. Enfim, era só eu e o bebê. Coloquei a mão em meu ventre, e falei em pensamentos: "Seja bem vindo, sementinha do amor".

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Capítulo 25

- Daniel, entra comigo no mar?- Falei segurando na mão dele, e seus olhos verdes reluziam ao sol.
- Claro, princesa.- Daniel levantou-se, e foi comigo para o mar. Ficamos lado a lado, admirando a beleza daquele local. Senti Daniel colocar sua mão na minha, e aquilo (pra ele) tinha um significado, além de amizade. Eu sentia, no olhar dele.
- Milene, como você é linda. - Disse Daniel sorrindo e contornando meus lábios com o polegar. 
- Para com isso, Dan...- Respondi timida.
- Mi... Posso te perguntar uma coisa?- Falou ficando sério.
- Pode.- Respondi, sentindo um calafrio.
- Você ainda sente algo pelo Lucas?- Nem Daniel consegui me confortar pra sempre. Por mais que eu tentasse fugir, sempre Lucas iria me acompanhar, como uma sombra.
- Sim.- Falei, engolindo o nó que se formou em minha garganta.- E você? Ainda sente algo por Lily?- Perguntei.
- Não mais... Eu me desapeguei dela, sabe? Ela mudou muito. Não é a mesma que conheci...- Falou abaixando a cabeça.
- É difícil. Mas você vai encontrar alguém que te ame, e te faça feliz... Você merece.- Disse sorrindo.
- É. Você também merece alguém que te faça feliz...
- Eu? Bom, eu não acredito mais no amor. Lucas foi o único que amei, e será sempre assim. Meu coração não tem mais condições de carregar outra paixão...- Falei com os olhos enchendo de lágrimas.
- Não fala isso... Há sempre uma nova chance para o amor... Basta você deixar para trás seu passado.- Disse ele, se aproximando de mim.
- Talvez, quem sabe um dia, né?- Respondi, me afastando e saindo da água. Passamos o dia conhecendo algumas praias, e tirando algumas fotos, talvez eu colocasse alguma em meu Facebook. Ainda não sabia mecher naquilo direito, mas Daniel me ensinaria, aliás, ele que fez pra mim kk. Voltamos para casa. No dia seguinte, acordei cedo, e resolvi ir à um SPA, eu estava muito desleichada.
- Bom dia, quero serviço completo. - A recepcionista se assustou, porém riu desfarçadamente.
- Bom, Senhora... Silvestre-falou olhando em minha ficha- A senhora irá passar por uma avaliação, que irá falar tudo o que a senhora deverá fazer, tudo bem?
- Claro!- respondi sorrindo.
- Espere aqui, por favor...- Disse ela, mostrando sofás de espera. Alguns minutos depois, fui chamada.
- Bom dia, Milene! Eu sou a Keylla.
- Bom dia, Keylla! Como vai?- Respondi, olhando a bela morena que tinha um sorriso perfeito.
- Por onde começamos?- Perguntou Keylla.
- Pelo pior, minha barriga- Falei gargalhando.
- Nem está tão mal assim, vai?- Disse Keylla começando a apalpar minha barriga, quando derrepente, ela dá um pulo pra trás, assustada, e disse:
- MEU DEUS! - Seus olhos estavam tão abertos que fiquei pasma, e meu coração começou a pulsar rapidamente.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Capítulo 24


- Bom dia bela adormecida!- Disse uma voz me chacoalhando. Abri os olhos, estava tudo embassado, porém, os limpei e consegui ver Daniel sorridente, a minha frente.
- Oi Daniel.- Falei espreguiçando.
- Era pra hoje nossa esquiada na Suíça, mas pela demora sua, tô vendo que não vai ser, né?- Falou ele, bagunçando meu cabelo.
- Tô indo.- Falei me levantando e indo pro Banheiro. Me arrumei, e fomos. Entramos na Suíça, e fomos indo para as montanhas, como aquilo era perfeito! Tudo tão lindo, e tão branco! Passamos o dia todo esquiando, bom, Daniel esquiou, porque eu só caía rs Até que nos deitamos na neve, um ao lado do outro, Daniel me disse:
- Sabe, Mia, quando estou com você, esqueço todos os meus problemas... Obrigada, por ser minha amiga!
- Poxa, Dan, digo o mesmo... Parece que todo aquele buraco em meu peito, some quando estou com você... - Nos abraçamos. Eu me levantei, e tive uma idéia. Fiz uma bola de neve e joguei em Daniel, e ele surpreso, porém sorrindo, devolveu. Ficamos até anoitecer brincando de guerra de neve. 
- Bom, Mia, vamos comer?
- Vamos, Dan! Estou faminta!- Então fomos até uma cabana, que tinha foundues, tanto doces como salgados, e vinho quente. Eu tomei, e Daniel só tomou um chá de gengibre. Comemos muito, eu muito mais que Daniel, que ficou espantado. Eu não sei o que estava acontecendo comigo, eu vivia com muita fome, ultimamente! Dormimos em um Hotel, no centro da cidade. Passamos mais um dia juntos, porém, hoje fomos visitar as fazendas que fabricavam os chocolates, desde a colheita do cacau, até a exportação. Eu me entupi de chocolates hahaha 
Ao voltar para a França, Daniel me disse que teria que ficar um tempo com a Lily, que passava problemas com a gestação, eu acenti. Senti sua falta, porém, nos falávamos todos os dias. 5 Meses se passaram, Daniel voltou.
- Filha, acorda!- Falou meu pai me levantando de cima de um livro que estava lendo.
- Tenho boas notícias - Olhei pra ele confusa.
- O Daniel, voltou!- Eu abri um sorriso, meu coração se encheu de felicidade! Que saudade que estava dele...
- Quando ele vem me ver, pai?
- Hoje mesmo! Depois do almoço.
- Ok!- Pulei da cama, e fui me arrumar. Comi dois croissants de queijo, com nuttela e suco de laranja. Achei que aquilo não foi suficiente, comi duas bananas. Essa minha dieta, vinha desde que me mudei pra França, o clima e as pessoas daqui me deixavam a vontade, e isso me abria o apetite! Depois de tomar esse meu café levissimo, fui escovar os dentes, e me maquiar. Além de gorda, eu não poderia me apresentar relaxada pro Daniel, né? Esperei ele, e ele chegou. Bateu a buzina, e fui correndo para o portão. Ele sorriu ao me ver, porém olhou direto pra minha barriga. "Ah, não! Eu não deveria estar com essa blusa, ela me deixa mais gorda ainda... Preciso fazer uma dieta urgente!" Pensei, tentando desviar a atenção dele. Ele saiu do carro, e me abraçou, tão forte que me levantou do chão.
- Pequena!- Disse ele.
- Daaaaaan!- Falei feliz.
- Nossa, como você está...- Ele pensou, e disse:- Diferente! - Disse.
- É, dei uma engordadinha... Nada demais!- falei rindo.
- Você é linda de qualquer jeito!- Disse ele sorrindo e me abraçando.
- Mas iai, como foi com a Lily?
- Bom, o isaac, nasceu... Ele é lindo... A minha cara- Falou convencido.
- Tadinho - falei rindo. 
- Heeeey!- disse ele dando um soco de leve em meu braço. Caimos na gargalhada.
- Bom, fico feliz que tenha dado certo... -
- Eu também... Mas, sabe o que eu estava pensando? Com todo esse calor, poderiamos ir pra Praia, né?
- Praia? Adoro! Vamoss!- Falei sem hesitar.
- Morando aqui no Litoral, e faz uns 2 anos que não vou!- Disse Daniel.
- Pois é, eu morava em Santos, e quase não ia a praia... E nunca fui aqui!
- Então vamos... Aproveitar que é cedo, arruma suas coisas, e vamos!- Entrei em casa, peguei alguns biquines, e fui experimentá-los. Nenhum serviu. Eu estava complexada, como eu podia ter engordado tanto? Saí pra fora de casa, onde estava Daniel, quase chorando de raiva.
- Hey, o que aconteceu?- Disse Daniel.
- Aconteceu, que NENHUM biquine me serviu! Eu estou imensamente gorda! Ai que ódio...- Daniel começou a rir, de mim brava. 
- Para... Isso não é problema! A gente vai no shopping e compra um novo, tá bom?
- Ta...- Paramos no Shopping, Daniel foi comigo escolher. Ele escolheu um tomara que caia de estampa floral, eu preferi o vermelho, mas experimente.
- Moça, me vê um G desse vermelho?- Falei pra vendendora.
- G não tem, só tem o M, ou o GG! E esse floral tem o G...
- Me vê o GG do vermelho e o G desse floral, por favor!- Ela acentiu, e buscou pra mim.
Eu experimentei o G e não serviu, só coube o GG. 
- Daaaaaan, GG? É pra choraar!!! - Falei revoltada.
- PRECISO fazer uma drenagem, urgente!
- Nossa, moça, não pode fazer drenagem grávida..- Olhei pra cara dela, e disse:
- Eu não estou grávida! É gordura mesmo.- Ela ficou sem jeito, e pediu mil desculpas. Comprei o biquine e fomos a praia.