domingo, 1 de setembro de 2013

Capítulo 14
- Milene? Milene! - Ouvia uma voz ao fundo chamar pelo meu nome, uma voz conhecida, a voz que trazia paz a minha alma... Era a voz DELE. Estava tudo tão confuso e embaçado, só conseguia ver luzes e a sombra de uma pessoa que sentia estar segurando no meu braço direito. A voz insistia: - "Milene" "Milene"... Aos poucos tudo foi se tranquilizando e fui voltando, estava feliz, teria encontrado com o Lucas? Ou apenas nossas almas teriam se tocado?
- Aonde estou? Lucas? - Acordei atordoada procurando por ele. Nada encontrei a não ser por um enfermeiro negro de estatura média que estava aplicando soro no meu braço direito.
- Que bom, a senhora voltou. - Disse uma (possivelmente médica) que estava na frente da minha cama.
- O que aconteceu? - Perguntei confusa.
- O avião teve uma turbulência, uma das turbinas tiveram falha e ouve uma descompressão, a senhora desmaiou. Mas o avião conseguiu fazer um pouso de emergência, e estamos aqui em um pequeno pronto socorro do Aeroporto de Berlim, na Alemanha.
- ALEMANHA? - Falei em voz alta indignada, e senti uma forte dor de cabeça. Coloquei a mão em minha cabeça e senti uma pontada. "Ai". Foi só o que consegui falar.
- É melhor a senhora manter o repouso. O voo para a Ucrânia parte amanhã as 7 da manhã. Fique aqui, suas coisas estão guardadas na recepção.
- Obrigada. - Agradeci e me deitei novamente. Tudo estava tão confuso, e tudo o que eu queria era poder ver o Lucas. Será que eu conseguiria ajudá-lo na recuperação? E o que foi o que senti quando estava voltando? Era a voz dele, disso eu tinha certeza... Apesar de que, eu já não tinha mais certeza de nada. Dormi durante mais algumas horas, e quando foi pelas 4 da manhã, fui acordada pelo enfermeiro avisando que os check-ins para o voo ja haviam começado. Me levantei com a ajuda dele, pois tudo ainda girava. Me arrumei rapidamente, e peguei minhas coisas na recepção. Por sorte o voo estava vazio, foi fácil para eles acharem minha bagagem. Segui até o ponto de check-in, e depois aguardei até a chamada do voo. Não demorou muito e o voo foi anunciado. Embarquei no avião, me sentei e a comissária de bordo veio servir comida para nós. Aceitei um prato de macarrão com molho ao sugo e uma água tônica. Enquanto isso, meu celular tocou na bolsa. Era Daniel, tinha cerca de 345 ligações não atendidas, e pelo menos umas 400 sms. Quando abri minha bolsa percebi que tinha um livro. "Only lovers survive" - Não me lembrava de ter comprado esse livro... Mas sem me questionar muito, comecei a ler... Era um romance de dois vampiros, que viveram um século juntos, mas o destino havia os separado. Talvez o amor deles não tivesse sido o suficiente... Pensei e refleti sobre mim e o Lucas. "Será que nosso amor não foi o suficiente? Será que alguma vez algo foi real ou forte?" Um nó na garganta se formou, e resolvi parar de ler o livro. Guardei-o de volta na minha bolsa, e aproveitei para mandar uma mensagem para Daniel avisando que ligaria para ele assim que desembarcasse. Perdi a fome, e pedi para que a comissária recolhesse meu prato. Tirei um outro cochilo, e novamente sentia a voz dele me chamar, sussurrando meu nome, como um pedido de socorro...
- Senhora? - Fui acordada pela comissária.
- Sim..- Respondi atordoada.
- Aperte os cintos, que iremos aterrissar no nosso destino.
- Ok. - Assenti, e apertei os cintos. Senti um alívio, mas um aperto no coração, um frio no estômago. Mil coisas se passavam pela minha cabeça...
Finalmente chegamos. Não estava tão frio, vesti um casaco mais grosso e segui até o táxi. O táxi me deixou no hotel. Ao chegar no hotel, liguei para Daniel e expliquei tudo o que tinha acontecido. Ele queria vir para Ucrânia, mas eu não deixei. Depois de muito insistir, acabou desistindo. Arrumei minhas coisas e fui tomar uma ducha. Ao entrar no banheiro, vi uma banheira. Não pensei duas vezes e a enchi, e entrei. Era como se todos os meus problemas estivessem sendo amortecidos por alguns segundos.


Obs: Pra quem ainda lê, agradeço desde já. E peço desculpas pela demora de um novo capítulo. E não, eu não desisti dessa história. Só estava pensando num final que não decepcionasse. Espero que entendam. Aguardem por novidades. Obrigada!

domingo, 13 de janeiro de 2013

Capítulo 13

- Eu estava pesquisando na internet, e como meu parto foi normal, eu já posso viajar de avião. Mas a Lua é muito novinha, e não pode. Mas meu amigo Daniel, e o Neymar disseram que tomam conta dela enquanto eu vou.
- Você tem certeza que vai conseguir se separar da sua filha pra ir ver o Lucas?
-  Sim. Eu preciso ir vê-lo. Preciso dizer que a filha é dele, e que eu ainda o amo.
- Bom, eu não duvido mais disso. Tudo bem, querida. Me avise quando for, que vamos juntas.
- Minhas coisas estão quase prontas, e eu vou comprar passagem e hotel hoje mesmo.
- Tudo bem. Partimos cedo amanhã, então?
- Certo.
- Se cuida. E fica calma, vai dar tudo certo!- Disse Fátima tentando me acalmar, mesmo ela também estando descontrolada.
- Obrigada, Fá. Até amanhã. - Desliguei o celular, e mais calma, terminei de arrumar minhas coisas.
- Dan, vou no aeroporto... Você fica com a Lua?
- Pode deixar. Mas não quer que eu te leve?
- Não, eu vou de taxi.
- Ok. Fica bem, ok?
- Eu vou. - Então deixando-os na sala, fui para o aeroporto. Chegando lá, procurei uma agência de viagens, e logo achei.
- Olá, em que posso ajudar?- A bela senhora de meia idade, com cabelos castanhos cacheados que rodeavam seu rosto branco como a neve, e o delicado sorriso, que formavam um harmonioso rosto.
- Preciso de uma passagem pra Ucrânia, o mais rápido possível. E um hotel, qualquer um.
- Ok. Mas, se me permite... É só pra uma pessoa? O que leva a senhora lá?- Então abaixando a cabeça, tentando controlar meus pensamentos e pensar numa resposta, respondi enfim:
- Negócios.
- Legal. - Respondeu a vendedora percebendo que não era algo confortável para mim falar disso.
- Está aqui, dona Milene. O voo mais perto é na primeira classe, para amanhã ás 5 da manhã. E o hotel, fica a 5 minutos do aeroporto. É 3 estrelas. Tudo bem pra senhora?
- Ótimo! Pode reservar.- Então sorrindo aliviada, fiquei ali sentada planejando como iria falar para Lucas aquelas coisas que havia guardando a tempos. Como eu falaria pra ele? "Oi Lucas, quanto tempo! Então, temos uma filha! E ela é sua cara..." Obviamente eu não ia falar. Aliás...
Retirando de meus pensamentos profundos, a vendedora me chamou:
- Senhora Milene, aqui está. O voô parte as 00:15. - Me entregando a passagem, o voucher do hotel, e o passaporte, terminou dizendo:
- Se eu fosse a senhora, não demorava pra fazer chek-in. O aeroporto vai ficar cheio a partir das 21 hrs. Várias viagens pros Estados Unidos foram marcados pra hoje. Adianta as coisas, e espera lá dentro na sala vip.
- Obrigada pela dica. E obrigada por tudo. - Respondi sorrindo, e partindo. O frio na barriga já me dominava por completo, e um aperto na garganta me acompanhava a cada "Lucas" que surgia em minha mente. Eu jamais me perdoaria se ele não se recuperasse. Mas eu não sei se voltaria pra ele. Minha intenção era falar sobre a nossa filha. E era disso que eu iria falar. Estava resolvido que eu não tocaria no assunto "nós".
Seguindo as intruções da vendedora, fui até o chek-in. Fiquei esperando até a hora do meu vôo na sala vip. Contava as horas, minutos, segundos. Aquelas foram as 5 horas mais longas da minha vida. Olhei para o relógio, eram exatamente 00:00.
- Passageiros do vôo 876 da TAM rumo Ucrânia, favor encaminhar-se até o túnel, pois o avião irá partir em 10 minutos. - Era a hora. Me encaminhei até o avião, me acomodei, e resolvi tirar um cochilo.
Acordei assustada no meio do vôo, o avião estava no meio de uma grande turbulência.
"Prezados passageiros, pedimos que façam como será recomendado: coloquem a máscara de oxigênio, e façam a posição de emergência, pra sua segurança." - Falava uma voz calma, que vinha dos alto-falantes da aeronave. Um gelo tomou meu coração, e colocando minha cabeça entre minhas pernas, ouvi uma explosão vinda do meu lado direito, e em seguida, um enorme balanço. Senti minhas vistas escurecerem, tentei gritar, mas minha voz não obedecia, e de repende, senti  tudo escurecendo a minha volta, até que não ouvisse mais nenhuma barulho.

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Capítulo 12

Pude jurar que ouvi nitidamente a voz de Lucas no meu ouvido dizendo:
- Me ajuda.
Virei bruscamente procurando por ele, como das outras vezes, ele sempre tinha a mania de chegar por trás, mas dessa vez, não havia nada. Era apenas eu, sozinha naquele quarto. As cortinas se agitaram, e a janela se fechou bruscamente. Meu coração acelerou, e me arrepiei novamente.
- Daniel!- Gritei terrívelmente assustada. Saí correndo daquele quarto, e aos prantos abracei Daniel que estava assustado e confuso com tudo aquilo.
- O que aconteceu pequena?
- E...Eu...- Meus soluços impediam que eu contasse o que havia acontecido. O que poderia ter sido aquilo? Assombração?
- Calma, Milene, se acalma... Respira fundo... - Daniel tentando me ajudar, pegou um copo de água com açucar e me deu. Eu tomei, e ainda tremendo, tentei contar a Daniel.
- Eu juro p...por D...Deus, q..que..e..eu...- Suspirei tentando me acalmar.- Eu ouvi a voz dele.
- Dele quem? Pelo amor de Deus, Milene! Dele quem?
- L..Lucas.
- LUCAS?- Daniel arregalou aqueles olhos verdes espantados.
- Sim... E ele disse "Me ajude" ou algo do tipo.
- Tem certeza?
- Sim. Absoluta. Daniel, eu to com medo.
- Não é pra menos, né?
- Não quero dormir aqui hoje...
- Ah, para com isso... Vai ver foi coisa da sua cabeça.
- NÃO! NÃO FOI! Eu tenho certeza do que vi! Ou ouvi, sei lá...
- Tudo bem... Mas acho melhor você ir atrás do Lucas o quanto antes. Vai que é um sinal.
- Eu vou. Eu vou fazer minhas malas é agora! Você vai comigo?
- Claro! E quem mais iria ficar de babá pra Lua?- Daniel disse rindo.
- Bobo... Obrigada por tudo, Dan... Sinceramente, não sei como agradecer.
- Vou pensar no seu caso. - Respondeu ele sorrindo e tentando descontrair.
- Tenho que fazer minhas malas... Vai comigo lá em cima?
- Claro. - Então eu subi as escadas, e Daniel foi logo atrás de mim.
- Ué... Cadê meu celular? Tinha deixado ele em cima do meu travesseiro hoje de ma...- Me interrompi ao ver onde meu celular estava. Ele estava perto da janela, no chão. Olhei pra Daniel assustada, que estava confuso. Eu fui andando, e ao pegar no celular, vi que tinha algo escrito em um rascunho de mensagens.
"SOS"
-DANIEL, O QUE É ISSO? EU TO FICANDO COM MEDO!
- Calma, Milene... Vai ver f... Tá bom, também estou confuso e com medo. Mas isso não vai adiantar nada. Ok? Vamos fazer as malas, e ir pro aeroporto comprar as passagens.
- Ai meu Deus, era só o que me faltava mesmo! Fantasmas?
- Não é nada demais, relaxa...
- Falou, machão que não tem medo de nada.
- Bobinha. Vai arrumar suas malas.
- Tá.-Respondi e fui pegar minhas roupas. Peguei meu celular e liguei pra Fátima.
- Alô?
- Fá?
- Mi?
-  Fá, sou eu sim...
- Que surpresa, minha filha... O que te faz ligar pra mim? Tá tudo bem com a Lua?
- Está sim... Bom... Na verdade, quero saber do Lucas.
- Ah, dele... Bom... Ele está bem.
- Fá, não precisa mentir pra mim, eu estou disposta a ajudá-lo! Por favor.
- Ah, Milene... Tudo desmoronou... Todos os sonhos morreram, não temos mais esperança. Lucas está em estado depressivo a 4 meses, foi despedido do clube que estava jogando lá na Ucrânia, nenhum time aqui do Brasil quer ele... Não sei mais o que fazer pra ajudar. Todas as minhas forças foram embora.- Então ela parou de falar e começou a chorar.
- Calma, Fá... Eu sei o que a senhora está passando e vou ajudar, prometo. Eu ainda amo o seu filho, e nós temos uma filha linda, ele precisa saber.- Fátima me interrompeu dizendo:
- Espera um minuto... É isso mesmo que eu ouvi? - De repente percebi que eu tinha acabado de falar que Lua era filha do Lucas... Tinha me esquecido completamente que Fátima não sabia.
- MILENE? Que história é essa?
- Bom... É, isso mesmo que a senhora ouviu. Antes de Lucas ir embora, nós tivemos relação, e eu engravidei. Foi isso.
-Porque não me disso isso antes? Meu Deus, Milene! Eu SABIA disso. Desde a primeira vez que eu vi essa menina. Ela tem o jeito do Lucas.
- Eu só queria que minha filha ficasse segura, longe de todas as especulações, da mídia, sabe?
- Entendo... Mas, poxa... Não custava nada me dizer! 
- Desculpa Fátima, mas eu sempre faço as coisas sem pensar, e acaba nisso...
- Mas, o que você pretende fazer?
- Bom... 

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Capítulo 11

Era manhã de domingo, quando acordei com meu celular vibrando em baixo do meu travesseiro. Era uma mensagem. Minha vista estava embassada, e ainda estava sonolenta, fechei meus olhos, e pensei: "Não deve ser nada importante". Ao voltar a pegar no sono, meu celular vibra de novo, dessa vez, resolvo ver o que era. A mensagem estava em um número restrito, e dizia:
"Preciso da sua ajuda."- Aquilo me intrigou. Quem precisaria da minha ajuda, e me mandaria um sms com o número restrito? Como não era possível responder, me levantei, e fui pegar Lua no berço. Mas ela já não estava mais lá. Desci as escadas, e encontrei Daniel segurando ela no colo, e ela sorrindo pra ele, toda oferecida. De repente, um pensamento me pegou:
"Como o tempo passou rápido! Olha o tamanho do meu bebêzinho!"- Então eu sorri, e fui ao encontro deles. Daniel ao me ver, abriu o sorriso, e disse:
- Bom dia, amor. - Deu um beijo na minha testa, e eu apenas sorri. Lua estendeu os braços pra mim, e eu a peguei no colo.
- Bom dia, pequena da mãe! - E beijei sua pequena testa.
- Mi, tudo bem com você?- Perguntou Daniel preocupado como sempre.
- Tudo... Porquê?
- Nada. Só pra saber.- Ele não estava normal, e eu tinha certeza de que ele estava me escondendo alguma coisa.
- O que aconteceu, Daniel? Pode me falar!
- Não é nada comigo... - Então eu tive certeza de que algo ruim havia mesmo acontecido.
- Com quem então, pelo amor de Deus?!
- Lucas...
- Ai, meu Deus... Ele de novo? O que foi dessa vez?
- Bom... Neymar pediu pra eu não te contar, mas é melhor você saber agora.
- Conte-me agora! Pelo amor de Deus.- Nesse momento toda a minha razão havia ido embora. Coloquei Lua no cercadinho, e me sentei no sofá. Minhas mãos suavam frio, e uma má sensação estava cercando.
- A situação psicológica dele está pior. Milene, ele foi despedido do time que ele estava jogando, e agora está desempregado, e com depressão profunda... Neymar disse que ele está inconsolável, não sai do quarto escuro dele pra nada...
- Mas em que eu posso ajudar?
- Milene... Hello! Você é a mulher da vida dele, e ele ainda te ama, eu tenho certeza...- Falou Daniel entre os dentes. Eu sabia que aquilo o afetava, eu sabia que Daniel me amava. Eu estava de pés e mãos atadas, pois não sabia se eu poderia ser uma fonte de ajuda na vida de Lucas, pois eu nunca fui estável. E outra: Meu amor por ele estava muito abalado. Ficamos muito tempo separados, eu fui substituindo ele por outras coisas e pessoas, e hoje não sei se o amo mais o suficiente. Mas de uma coisa eu tinha certeza: Eu queria ver ele bem. Eu me separei dele pra isso. Ver ele feliz.
- Dan... Não sei o que fazer, sinceramente.
- Mas, Milene... Você ainda o ama?- Perguntou Daniel. Então eu suspirei fundo, tentando engolir aquela lágrima que sempre teimava em aparecer quando o assunto era Lucas. Olhei pra Daniel, que entendeu tudo aquilo sem eu ter que dizer ao menos uma palavra.
- Não sei... Eu quero vê-lo bem, mas não sei se sou forte o suficiente.
- Hey, levanta esse olhar princesa. Olha pra trás, tá vendo o quanto você amadureceu, e se tornou independente? Você mora praticamente sozinha, e é mãe solteira! Seus pais moram em outro país, e você não tem marido. Você está bem, não está?
- Eu tenho você, Daniel... É diferente. Eu tenho Neymar. - Respondi refletindo nas palavras que Daniel havia dito.
- Sim, você tem a mim. Mas agora está na hora de você parar de correr da felicidade, e ir atrás dela. Deixar ela te encontrar, ao invés de você mascarar os fatos. Eu ouço você todas as noites chorando baixinho pra ninguém escutar... Eu sei que você sente falta do Lucas. Você o enxerga através dessa menina. E ele sente sua falta... Imagina como ele não vai ficar feliz ao saber que é pai dessa princesinha? Pensa, Milene. Eu te amo mais do que tudo nesse mundo, pode ter certeza. Mas meu amor por você é de irmão. E eu quero te ver feliz, sem fingir um sorriso só pra que ninguém pergunte o que está acontecendo. Seja você mesma, faça o que você tem vontade, faça o que seu coração implora todos os dias. - Daniel terminou me abraçando e sussurrando ao meu ouvido.- Quero ver você feliz, e completa. Eu te amo. - Então ele me abraçou forte e me soltou. Eu apenas respirei fundo, engoli todas aquelas palavras, e tomei uma decisão. Eu iria atrás de Lucas. 
- Daniel, eu vou atrás do Lucas. Eu preciso dizer que ele é pai, preciso tirar ele desse abismo. Eu não irei me perdoar se algo ruim o acontecer. Eu o amo... Por mais que me doa, eu o amo. 
- Isso. Vá ser feliz. - Daniel sorriu e pegou Lua no colo que sorriu exatamente igual ao Lucas, aquilo me impactou. 
- Meu Deus. - Falei abismada.
- O quê?- Perguntou Daniel.
- Nada... Besteira minha.- Sorri e me levantei.
- Vou pegar meu celular e ligar pra Fátima, perguntar algumas informações sobre Lucas.
- Bom... Faça o que achar melhor. 
- Certo. Já volto. - Subi as escadas e fui buscar meu celular. Encontrei as janelas abertas, aquilo me deixou intrigada.
- Ué, lembro de ter fechado essa janela!- Quando de repente, sinto um arrepio se entender por toda minha coluna, até minha nuca, e depois para meu rosto e meus braços.  

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Capítulo 10

- Ney, preciso correr atrás de tudo que eu deixei ir.
- Mas se você deixou ir, é porque não se importava tanto, né?
- Errado. Eu deixei ir, por medo de sofrer, e acabei sofrendo muito mais. Ao longo da minha vida, fui deixando pedaços do meu coração espalhados por aí, e hoje, eu quase não tenho o suficiente pra que ele continue batendo.
- Unf.- Neymar suspirou, e com um olhar distante, ele abaixou a cabeça.
- Eu amo o Lucas mais do que tudo na minha vida. Eu sou uma idiota, masoquista, e insensata, de tê-lo deixado ir.
- Mas Milene, você já tinha sofrido muito com isso... E a Nayara voltou, lembra?
- Lembro... Mas eu deixei ela "vencer". Deixei ela ter o gostinho da vitória, me vendo deixar o Lucas parado naquele saguão do hospital.
- Eu sei como é. Sei... Mas, será que não é tarde demais?- Perguntou Neymar. Então respirei, em meio a um sufoco que apertava meu coração, e disse:
- Eu prometi lutar por ele, até meu coração parar de bater. E é isso que eu vou fazer. 
- Boa sorte. Sério... Eu não posso fazer mais nada. 
- Você já fez muito trazendo essa informação... Obrigada, Ney.
- Mi, se eu fosse você esperava um pouco pelo menos, pra se recuperar do parto.
- Eu vou. E também a Lua tá muito pequena pra ir. Mas e se for tarde demais?
- Calma, Mi. Tudo vai dar certo. Lembra que eu sempre falei, que no final fica tudo bem?
- Lembro... Assim eu espero. Se acontecer algo com o Lucas, eu jamais vou me perdoar. Jamais.
- Não vai acontecer... Prometo.- Então eu sorri, e estava decidida a lutar pelo Lucas, por nós. 
Não sei como eu faria aquilo, mas eu sei que eu faria. 
- Ney, vamos pra casa. Daniel tá com a Lua...
- Vamos. - Então fomos. Chegando lá, Daniel estava deitado no sofá da sala, com Lua deitada no peito dele. Ele sorria, e seus olhos brilhavam. Eu não conseguia ficar feliz. Era como se Lucas tivesse levado minha alma com ele, como se ele tivesse levado todo meu amor, todos os meus sentimentos. Minha felicidade tinha ido embora junto com ele. E só com ele eu as teria de volta. 
- Daniel, a Lua te deu trabalho?
- Nada, Mi. Ela é um anjo! - Então Neymar pigarreou atrás de mim, e disse indo em direção a Daniel:
- Neymar, prazer. 
- Prazer, Daniel. Então, você é...
- O MELHOR AMIGO da Mi. - Respondeu Neymar com ironia, e ciúmes.
- Ah, sim.- Disse Daniel com indiferença, segurando Lua em seu colo, desviando a atenção de Neymar.
- Caraca, Mi! Acho que essa criança parece mais com o Lucas, do que o próprio Lucas quando era criança. 
- Nossa, que exageiro! Eu não acho... Ela não aquele nariz... Bom, você sabe.- Falei rindo.
- HAHA, isso tem razão! Sorte dela que puxou seu nariz, né...- Neymar respondeu pegando Lua no colo.
- Bom, papo tá ótimo, mas vamos contar pra Daniel sobre o Lucas?
- Sim. Acho que sim, se isso foi importante pra você. 
- É sim, ele vai me ajudar, ja que você não pode. 
- Ta certo- Neymar disse com um tom enciumado.
- Ok... Daniel, é o seguinte (...)- Então contamos tudo pra Daniel, que estava disposto a ajudar. Por mais que aquilo o magoasse, ele me ajudaria. Acima de tudo, ele era meu amigo.
- Eu vou procurar tudo certinho, comprar as passagens, hotel, resolver o visto... - Disse Daniel disposto.
- Então tá. Obrigada, meninos... Sem vocês, eu seria nada. 
- Eu sei.- Respondeu Neymar irônico.
- A gente te ama, Milene. - Respondeu Daniel.
E os dias se passaram...

segunda-feira, 18 de junho de 2012

                              Capítulo 9

- Bom, agora é a minha vez de contar as novidades.- Falei colocando a mão em minha cabeça e tentando engolir aquele choro que tentava sair.
- Conte-me tudo, pequena.- Respondeu Neymar compreensivo.
- Lembra do Daniel?
- O seu amigo do táxi? Sei sim, o que tem ele?
- Lembra que ele morreu, né?
- Lembro, claro! - Respondeu Neymar com um sorriso sínico no rosto.
- Neymar, você está me encondendo alguma coisa.
- Não! Claro que não, Mi... Acha!
- Eu te conheço!
- Relaxa, não é nada... Continue seu relato.
- Ok, então... Bom (...)- Então eu contei pra Neymar tudo o que tinha aontecido, e ele espantado, falou:
- Milene, tem coisas que só acontecem na sua vida! Caracas...
- Pois é! Imagine como está a minha cabeça, nesse momento? Daniel ressurge das cinzas, e Lucas tenta se matar.
- Milene... Vou te dar todo apoio que você precisar, nunca duvide. Mas, você está precisando tirar um tempo só pra você, ou vai acabar enlouquecendo!
- Como eu vou conseguir tirar um tempo pra mim, com tudo isso acontecendo?
- Foge, igual você sempre fez.- Disse Neymar irônico. Nessa hora, eu senti um baque. Eu nunca tinha parado pra pensar, que em todas as situações difíceis da minha vida, eu simplesmente tinha fugido. Eu não queria mais aquilo, eu precisava lutar pela minha felicidade, eu precisava lutar pelo que eu amava, por quem eu amava: Lucas.

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Capítulo 8


- Mi, quer que eu segure a Lua pra você?- Perguntou Daniel, prestativo como sempre.
- Sim, por favor.- Respondi entregando Lua em seus braços. Então segui até o atendimento.
- Boa tarde... Senhora Milene.- Falou o homem de meia idade, sentando em uma cadeira de plástico, na frente de um computador.
- Boa tarde.- Respondi.
- Me empreste seus documentos, e os da criança.- Eu os fiz. Entreguei tudo.
- Qual é o nome do pai da criança?- Perguntou.
- Não quero colocar... Só o meu mesmo.- Pra ele aquilo era normal, mas pra mim era o fim. Era a coisa mais triste da minha vida. 
Depois de alguns minutos, a pequena Lua estava registrada. Então fomos ao encontro de Neymar. Eu estava sentindo algo muito estranho dentro de mim, um aperto no peito, um frio na barriga. 
Enfim chegamos. Neymar estava do lado de fora, sentado em uma das mesas. Pedi que Daniel fosse pra casa com a Lua, pra que eu resolvesse esse assunto. 
- Oi.- Neymar falou se levantando e me cumprimentando.
- Pode falando tudo. 
- Calma... Senta.
- iai?
- Bom... 
- Vai, desembucha!
- É sobre o Lucas.- Quando ele falou isso, senti minhas pernas tremerem. Engoli seco, e falei:
- O que é tão sério?
- Ele acha que você teve filho de outro, e que já está em outra. 
- Eu sabia que isso ia acontecer. Sabia...
- Até aí, tudo bem.
- Tudo bem?- Perguntei irônica.
- É. O que complica vem agora. 
- Me diz...
- Ele entrou em depressão profunda, e tentou se matar. 
- Fala que isso é mentira. Pelo amor de Deus!- Meus olhos se encheram de lágrimas, e comecei a suar frio. Aquilo não podia ser verdade.
- Bem que eu queria que fosse. Milene, ele está internado em uma clínica psicológica na Ucrânia! Ele parou a carreira dele como jogador! Você tem noção disso? - Eu não conseguia falar mais nada. Eu estava de pés e mãos atadas. Não podia sair do país por menos de 40 dias, e não tinha como falar com ele. Mas eu precisava.
- Milene, você é a única pessoa desse mundo que pode tirar ele dessa situação! - Aquilo foi como se ele tivesse enfiado uma espada samurai em chamas no meu peito. Nunca tinha me sentido tão culpada. 
- Eu o amo...- Foi a única coisa que consegui falar. Mais nada. Minha cabeça girava, girava...
- Eu sei disso. E é por isso que vim te contar. 
- Eu preciso dar um jeito. Mas não posso!- Falei desesperada.
- Se acalma... Ele está sendo tratado com os melhores psiquiatras, psicólogos da Ucrânia. E a mãe dele viaja pra lá hoje mesmo. Mas ele precisa de você.
- E eu preciso dele.- Falei em meio as lágrimas.
- Agora se acalma. Quer que eu te leve pra casa? E cadê a Lua?
- Uma outra história complicada. Mas te conto no caminho. 
- Eita Milene... O que seria de você sem essas confusões?
- Não sei... Minha vida sempre foi assim. Eu só queria ser uma pessoa comum. Sabe? Ter um marido que trabalha pra me sustentar, chega em casa e nossa filha vai correndo de encontro a ele gritando "papai".. E ele vem com ela no colo, e me dá um selinho, dizendo que está com fome e adora minha comida. Depois de colocar nossa filha na cama, nós faríamos amor. Dormiríamos de conchinha, e acordaríamos cedo no outro dia para nossa rotina de sempre. Custava ser assim?- Neymar sorriu, me abraçou, e falou:
- Qual é a graça do simples? 
- Nenhuma. Mas sofrer também não é legal, né?
- Tem razão. Mas tenho certeza que vai dar tudo certo. Você e o luquinhas merecem ser felizes juntos, com a filhinha linda de vocês. 
Eu sorri, e o abracei. Ele era meu irmão. Neymar me fazia muito bem. Mas eu estava querendo surtar, ou ter uma crise de amnésia. Só queria esquecer tudo aquilo.

terça-feira, 29 de maio de 2012

Capítulo 7


Então eu não retribuí aquele abraço. Diferente do que ele esperava, eu o empurrei levemente com a mão.
- O que foi?- Falou Daniel espantado.
- Vai com calma.- Respondi tentando entender tudo aquilo.
- Eu sei, você está assustada.- Disse ele se afastando por fim.
- Não, não. Eu to normal. Meu amigo morre, muda minha vida completamente, e depois ressucita, e ainda aparece na porta de casa! Como você queria que eu estivesse?- Explodi gritando, e colocando tudo pra fora. Foi inevitável que lágrimas saissem de meus olhos. Eu estava completamente abalada. Não sabia o que pensar, o que fazer. Então, ele sem dizer mais nada, apenas me abraçou bem forte. Eu senti paz, depois de tanto tempo sofrendo. 
- Tá, agora chega disso. Vamos seguir em frente. Preciso ir no consulado brasileiro, acertar meu visto.- Disse Daniel, tentando mudar o assunto e quebrando aquele clima pesado.
- Antes, me ajuda?- Pedi a ele.
- Claro! Do que precisa de mim?- Respondeu de pronto.
- Bom... Eu estava indo registrar a bebê. Mas...- Engoli seco ao lembrar que não poderia colocar o sobrenome de Lucas nela, e nem como pai. Isso me entristessia.
- Mas...?
- Ai Dan... Não sei o que vou fazer. Vou cuidar dessa menina sozinha? Tudo bem que o Neymar me ajuda no possível, a mãe do Lucas também... Mas, falta alguma coisa aqui dentro.
- Eu sei... Essa sua falta tem nome. 
- Tem sim. Essa minha falta, chama "LUCAS RODRIGUES MOURA DA SILVA".- Respondi sorrindo desanimada.
- E porquê essa carinha?- Perguntou Daniel, percebendo que eu não estava nada bem.
- Porquê eu preciso dele. Eu preciso sentir o cheiro dele, eu preciso do sorriso dele. Eu quero que ele veja nossa filha. Eu quero ele de volta! - Respondi com lágrimas nos olhos.
- E o que está esperando?
- Eu? Bom... Tenho que ficar em repouso e de "dieta", por 40 dias. E sinceramente eu não queria que ele me visse nesse estado. Olha meu rosto?- Falei apontando minhas olheiras, cabelo descuidado, enfim... Eu estava horrível.
- Você está linda.- Falou ele com os olhos brilhando.
- Não precisa mentir. Eu sei que não estou nada bem. Talvez eu corra atrás dele quando a menina estiver maior. E eu estiver melhor. - Falei tentando me conformar.
- É, pode ser melhor. Mas e se for tarde demais?- Perguntou Daniel se preocupando.
- Se ele for pra voltar a ser meu, não vai ser tarde demais. E se um dia ele me amou de verdade, eu sei que esse amor não morre de uma hora pra outra... 
- E se ele tiver outra?- Eu não queria pensar naquilo, mas Daniel tinha razão. E se ele estivesse com outra? Meu mundo iria desmoronar. 
- Ele é livre pra fazer o que quiser- Respondi com um imenso nó em minha garganta.
- Sabe que vai ter sempre meu apoio, né?- Daniel disse sorrindo, tentando me acalmar.
- Bom, depois a gente resolve isso. Agora, vamos ao cartório?
- Sim.- Então, entramos no carro, e Josué que estava na esquina nos observando o tempo todo, apareceu, e nos levou até lá.
- Obrigada pela força, Josué.- Falou Daniel, grato por Josué tê-lo ajudado a conversar comigo.
- Disponha. - Respondeu Josué sorrindo. - Então descemos e pegamos a senha.
Estava anciosa para que aquilo acabasse de vez. Mas tinham muitas pessoas na minha frente, por isso fiquei do lado de fora, com Lua no colo. Meu celular tocou, era Neymar.
- Mi, você tá em casa?
- Não, tô no cartório. Porque, aconteceu alguma coisa?
- Aconteceu. Preciso falar com você urgente. A gente não pode se encontrar depois que você sair daí?
- Você tá me deixando preocupada! Neymar, fala logo o que aconteceu.
- Não posso... Agora não dá, tô no treino.
- Você tá me enrolando desde cedo, Neymar Junior!
- Era bobeira, mas agora é sério. De manhã eu tinha apenas uma suposição, agora tenho certeza. E você precisa saber.
- Ai, ta me matando todo esse mistério.
- Depois te falo, preciso desligar.
- Ok. Então no café do bosque, depois que eu sair daqui te ligo. Certo?
- Certo, Mi. Até. Beijo- Disse Desligando. Eu estava intrigada, preocupada, e com medo do que poderia ser essa tal coisa. Entrei, e encontrei Daniel indo me procurar pois tinha chegado minha vez.

sábado, 26 de maio de 2012

Capítulo 6


- Meu Deus...- Me faltou o ar, tamanho susto que levei.
- Não pode ser, não pode ser, não pode ser...- Comecei a falar desesperada.
- JOSUÉEEEEEEEE!!!!!!!- Gritei, chamando pelo motorista que simplesmente tinha desaparecido. Batia nos vidros tentando sair do carro, mas não conseguia.
- Calma!- Disse ele, com um olhar tranquilo, me fazendo tremer dos pés à cabeça.- Era impossível aquilo estar acontecendo.
- Da...Daniel- Completei pasma. Então ele sorriu e colocou meu cabelo atrás da orelha.
- Eu voltei.
- Isso é impossível! Você morreu! Meu Deus, você é um fantasma? - Ele riu, e disse:
- Eu posso explicar. Eu não morri... E muito menos sou um fantasma! Agora se acalma, para de gritar, e vamos conversar. 
- Nem sei o que dizer... Eu só... Me deixa apenas... Olha, Dan...- Eu estava tão confusa, que não conseguia completar uma linha de raciocínio que pudesse haver naquele momento. Qual seria a explicação mais sensata pra aquela situação? O que, será que deram sangue de vampiro pra ele? Será que uma mulher com super poderes encontrou ele, e o curou? Isso não fazia sentido. Isso fazia apenas parte de ficção, não existia de verdade. Ou será que ele forjou a própria morte pra se afastar de mim? Ele não poderia ser tão cruel.
- Alô? Planeta terra chamando!- Disse ele num tom sarcástico, estalando os dedos e me fazendo voltar daquele poço de pensamentos em que eu tinha quase me afogado.
- Só me dá um tempo pra poder compreender como isso é possível. Por favor...- Falei respirando fundo, e colocando Lua no banco, pra poder conversar com Daniel.
- Tudo bem... Eu espero você lá fora.
- Tá.- Respondi abaixando, e encostando minha cabeça em Lua. Lágrimas desciam por meus olhos, e minha cabeça doía, tamanho susto que eu tinha levado com tudo aquilo. Então as enxuguei, deixei Lua dormindo dentro do carro e saí para conversar com Daniel. 
Saí do carro, e ele estava sentado na calçada com a cabeça no meio dos joelhos dobrados.
- Pode começar.- Falei me apoiando na traseira do carro. Então ele levantou a cabeça, me olhou com aqueles olhos verdes, e sorriu.
- Bom... Quando eu sofri o acidente, o caminhão não chegou a bater em mim. Eu desviei antes. Mas meu carro caiu no lago, e eu também. Todos pensam que aquele lago é profundo, mas se enganam. No máximo que deve ter, é uns 10 metros. Mas enfim... Quando eu cai, bati com a cabeça e fiquei inconsciente. Meu carro tem vedamento contra água, mas eu realmente não sabia que era tão bom! Mesmo assim, a correntesa levou o carro até uma parte onde poucos conhecem, e lá tem uma aldeia indígena. Dá pra acreditar? 
- Eu não duvido de mais nada...- Falei suspirando.
- Então, eles me acharam desacordado, isso depois de uns 3 dias... Não sei como sobrevivi. Mas enfim, eles me resgataram, e cuidaram de mim até que eu acordasse. E depois de umas semanas, eu acordei. Fiquei apavorado... Eles falavam poucas palavras em francês, o resto era tudo dialétos. Fiquei lá até conseguir me recuperar, e falar com eles... Fiz até umas amizades... E tinha uma india com quem...Bom, você sabe.
- Como é que é?- Falei indignada.
- Bom, eu estava tomando banho de rio, e ela estava lá, nua... E... Aconteceu!- Falou rindo envergonhado.
- Nossa, estou emocionada com isso. - Falei irônica.- Eu aqui, sofrendo com sua morte, e você lá, comendo a indiazinha... - Eu realmente estava pasma. 
- Calma... Posso terminar?
- Agora que começou, termina né... Mas porquê você saiu de lá? 
- Bom... Descobriram que eu tirei a pureza da índia, e eles queriam me matar.
- Bem feito!
- Aí, eu fugi. Fiquei perdido alguns dias na selva, mas consegui achar um dono de um barco que me levou até Marsella. E descobri que você tinha vindo embora...
- Pois é. Eu vim, porque eu não ia aguentar ficar com a sombra da sua morte, lá em Marsella. - Respondi fazendo ironia.
- Mas eu voltei. Voltei pra você. Voltei pra te ajudar, ainda mais agora... 
- Mas você veio pra ficar?- Ele se levantou, e em minha frente ele ficou. Ele foi chegando mais perto, até que ficou bem próximo de meu rosto. Eu esperava que ele me beijasse, mas não. Ele apenas me abraçou.
- Eu te amo, Milene.- Falou no meu ouvido.
                            Capítulo 5

Elena começou a chorar, então a peguei no colo e  balançando ela, se acalmou. Fui até a janela, olhei pro céu e a lua estava cheia. Olhei pra pequena que estava em meu colo, e disse:
- Você não tem cara de Elena... Que tal "LUA"? ou "LUANA"? - Ela sorriu. 
- Gostou de Lua, filha? - Beijei sua pequena testa e a coloquei no berço de novo. Voltei para a janela, e meu coração se apertou. Eu estava com medo. Eu estava sozinha, perdida. 
- Ai, Lucas... Porque eu te amo tanto? Porque eu te deixei ir? - Respirei fundo, mas já era tarde. Lágrimas escorriam por meus olhos. 
- Eu preciso seguir em frente, mas é impossível! - Fechei a janela, e me deitei. Adormeci por algumas horas, até que acordei com a pequena chorando. 
- O que aconteceu, filha?- Misteriosamente, ela olhou para o porta retratos ao seu lado que tinha a foto minha com Lucas. Então senti um aperto no estômago. Mas, não dei muita importância. Fui tomar um banho, e dar um banho nela. Seria enfim o dia de registrá-la. Mas, eu iria registrá-la sem pai. Mesmo ela tendo um. "Lua Silvestre". 
Telefone tocou, era Neymar:
- Pequena, como estão?
- Bem, Ney! 
- Você vai sair?
- To indo no cartória registrar a bebê.
- Como ela vai chamar.
- Olha, eu pensei em: Elena, Lua, Luana...
- Lua! Em minha homenagem... NeyLua! - Falou rindo.
- Pode ser. Mas, porque queria saber se eu ia sair?
- Eu e a Carol queríamos ir ver vocês! Ela voltou de viagem e tá com saudades de você.
- Poxa... Olha, não sei se demora lá, mas se quiserem vir depois que eu voltar...
- Tudo bem, então vamos.
- Ok! 
- Mi...- Disse ele pigarreando e mudando o tom de voz.
- O que aconteceu Neymar Júnior?
- Esquece, depois te falo. Não é nada importante.
- Ai meu Deus, sempre me enrolando! 
- Relaxa, não é nada de importancia... 
- Espero! Bom, to indo então.
- E, você vai registrar só no seu nome?
- Sim, né.
- Mas e se... Ta bom, faça o que achar melhor!
- Sim.
- Quer que eu mande meu motorista te levar?
- Não precisa se preocupar, eu chamo um táxi.
- Não, claro que não! Em 10 minutos meu motorista tá passando aí!
- Ok, né! Obrigada, Ney. Te amo.
- Te amo também. Beijo, se cuida.- Desliguei o celular e terminei de me arrumar. Desci as escadas, e fiquei na sala esperando o motorista vir nos buscar. Não demorou muito e a buzina tocou. Saí, tranquei a casa, e sai de encontro ao carro. O motorista veio me ajudar a abrir a porta, mas ele estava agindo estranho.
- O que aconteceu, Josué?
- Nada, senhora Milene.
- Sei.- Falei intrigada.  
- Mas e como a Senhora está? E seu bebê?
- Estamos bem! Me virando. 
- Posso vê-la? 
- Claro! - Falei sorrindo e descobrindo o rosto de Lua.
- Meu Deus!- Falou espantado.
- O que foi?- Perguntei curiosa. Então ele disfarçando, sorriu e disse:
- Meu Deus, que menina linda! Parabéns.- O olhei de canto de olho e agradeci. 
Entrei no carro, porém Josué estava demorando pra entrar também. Eu ficava hipnotizada com minha pequena princesinha, e de como ela era parecida com Lucas. Estava observando ela, quando ouço a porta do motorista abrir. 
- Até que enfim, Josué! Que demor... - Levantei minha cabeça, e me assustei com quem estava no lugar de Josué.

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Capítulo 4

- Fátima?!- Disse surpresa.
- Eu te levo pra casa.- Respondeu Fátima, entrando no quarto.
- Não precisa se preocupar, eu chamo um táxi.- Falei me negando.
- Olha, Milene... Eu sei que você e o Lucas se separaram, e esse filho é de outro, mas eu nunca ia me negar a te ajudar.- Falou ela.
- Fátima, sério... Eu nem sei como te agradecer.- Respondi tentando compreender aquela situação.
- Não precisa agradecer. Agora... Cadê o bebê?- Indagou a bela morena de meia idade.
- Está tomando um banho, pra irmos embora. Você tem que ver como ela é linda.- Falei sorrindo.
- Imagino... Se for bonita como você.- Respondeu retribuindo o sorriso. Então ela me ajudou a levantar, e me trocar. Logo chegou a enfermeira com minha pequena.
- Aqui está sua filha, Dona Milene.- Disse a enfermeira, me entregando. Então Fátima que estava sentada do outro lado do quarto levantou-se, e disse:
- Deixa eu ver essa menin...- E quando ela a viu, parou espantada, e confusa me olhou nos olhos. Não consegui esconder, apenas desviei o foco da conversa, e falhei.
- Pode pegá-la no colo, se quiser...- Então ela pegou a pequena menina no colo, e eu continuei:- E... Como ele está?- Perguntei. Ainda confusa, ela me olhou, e disse:
- Está difícil dele se acostumar... Lá é muito frio, a língua é bem difícil... E bom, ele pensa que você está com outro.- Terminou firme.
- Tenho saudades dele... Mas sei que ele fez a escolha certa. Espero que ele seja feliz.- Falei com um nó em minha garganta.
- E você, Milene? Fez a escolha certa? Você está feliz?- Minha respiração falhou, demorei alguns segundos pra responder, então eu disse:
- Estou muito feliz, tenho minha filha. Ela não é linda?- Falei com os olhos cheios de lágrimas.
- Ei... Não chore. Sua filha é linda, e desejo toda sorte a você. Você merece ser feliz. Agora, me diz uma coisa... - Minhas pernas tremeram, se eu mentisse ela iria saber, se eu falasse a verdade, meus planos iriam por água abaixo.
- Quem é o pai dessa criança?- Fátima olhou a menina, que era exatamente a cópia de Lucas, sorriu, e me olhou.
- É mais complicado do que parece. - Falei, e uma lágrima escorreu dos meus olhos.
- Se isso te deixa desconfortável, tudo bem. Não vou te forçar a nada. Perguntei apenas por curiosidade, até porque, não vai mudar em nada. Bom... Vamos?- Assenti com a cabeça, e fomos embora. Fátima me deixou em casa, e me ajudou com algumas coisas. Enfim, minha pequena dormiu, e eu também iria fazer o mesmo, se eu conseguisse.
- Agora que ela dormiu, durma também.- Fátima disse em um tom cuidadoso.
- Difícil.- Respondi, abrindo um sorriso cansado.
- Qual vai ser o nome dela?
- Estava pensando em Elena. O que acha?
- Bonito, muito bonito.
- Então está decidido.- Sorri, e Fátima me abraçou. Fiquei espantada, mas eu acabei retribuindo o abraço.
- Agora preciso ir. Se cuida. - Disse Fátima se afastando.
- Obrigada mesmo, Fá. Não sei como agradecer.- Respondi sorrindo.
- Não precisa agradecer, e se precisar me liga. Certo?
- Ok. Obrigada denovo.- Então peguei Elena no colo, e beijei a pequena testa que ela tinha. Fátima se foi, e então fiquei sentada na cama com Elena no colo. Meu Deus, como alguém poderia ser tão perfeito? E como eu poderia amar tanto aquele serzinho, que acabara de nascer? Coloquei-a no berço, e olhei o porta retrato com a foto minha e do Lucas. Senti todos os pelos do meu corpo se ouriçarem de um modo estranho. De repente, a janela abre com toda a força, e a cortina branca e fina, se levanta. Uma brisa leve e gelada tocou meu rosto, então um arrepio tomou meu corpo.

terça-feira, 1 de maio de 2012

Capítulo 3


Acordei e já estava no quarto, Neymar me observava sentado no sofá. Então eu me sentei na cama, e perguntei:
- Cadê minha filha?
- Está no berçário, eles estão dando banho nela, e já trazem.
- Hunf...- Inspirei, e ele se aproximou de mim.
- Me conta.
- O quê?
- Tudo. Como foi lá na França, porque voltou... 
- Bom... No começo, foi ótimo. Fiz amizade com um colega do meu pai, e nós saímos juntos, e ele me fazia muito bem...- Um nó se formava em minha garganta, quando eu lembrava de Daniel.
- E?- Neymar perguntou impaciente.
- Bom... Ele se apaixonou por mim. Como todos os outros... - Então uma lágrima escorreu por meu rosto, eu abaixei para que Neymar não percebesse, mas era tarde demais.
- Ei, porque se tá chorando, preta?
- Então... Eu descobri que estava grávida. 
- Ele é o pai?- Neymar perguntou assustado.
- Eu fui contar pra ele, mas o problema é que foi justamente quando ele iria me pedir em namoro...
- Mas, não to entendo... Se o filho é dele...- De repente, Neymar arregalou os olhos, e disse: - Milene Silvestre... Não vai me dizer que o pai é o...
- Sim.- O interrompi.
- Não acredito. Não acredito.- Falou Indignado, e ficou andando de um lado pro outro repetindo isso.
- Ei! Deixa eu terminar?
- Tá... Continue seu relato.
- Eu contei pra ele que eu estava grávida do Lucas, e que eu ainda o amava, e nós brigamos. Ele bateu com o carro, e morreu. - Neymar espantado, me olhou e eu não aguentei e chorei.
- Minha vida é um desastre, Ney... Desastre!
- Não fala isso! Você só não achou a pessoa certa.
- Achei! O Lucas é o amor da minha vida, mas eu errei demais com ele, e não tem mais volta.
- Quem disse?
- Eu disse.
- Você acha que ele não vai voltar correndo pra você quando souber que a menina é dele?
- É nisso que vamos chegar. Eu não quero que ninguém saiba. 
- Porque não?
- Já sofri demais, não aguento mais sofrer... Deixa eu ser feliz com minha pequena.
- E viver na solidão? Um amor mal resolvido é a pior coisa que possa existir, Milene!
- Eu sei...- Falei com os olhos cheios de lágrimas.
- Teimosa como sempre. 
- Por favor...- Peguei em suas mãos, e disse: Você foi a única pessoa que me restou, e a única que eu confio. Não conta pra ninguém, tá?
- Tá! Pra todos os efeitos, sua filha é do Daniel.
- Isso. 
- Bom... E como ela vai chamar?
- Ainda não sei... 
- Que tal, Maria Antonieta?- Falou Neymar debochando.
- PFFFFFF- Comecei a rir.
- Brincadeirinha... Bom, preciso ir treinar. Qualquer coisa me liga. Você vai ficar bem?
- Eu sempre fico.- Neymar beijou minha testa, e me deixou. 
Depois que Neymar se foi, as enfermeiras trouxeram a minha pequena pro quarto, e eu dei de amamentar pela primeira vez. Era estranho, encomodo... Mas quando eu olhei aqueles pequenos lábios sugando com todas as forças, meu coração amoleceu e eu senti o amor mais puro e verdadeiro nascer em meu peito. Era um instinto de protegê-la, de amá-la, com todas as minhas forças... E era o que eu iria fazer. A partir de hoje, minha vida seria cuidar da minha pequena. Minha menina... 
Decidi ligar pra minha mãe, pra contar as novidades. Ela e meu pai ficaram todos orgulhosos e queriam mimar a netinha, disseram que viriam pro Brasil me ver o mais rápido possível. 

Queria tanto que a Carol voltasse ser o que ela sempre foi comigo... 

- Bom dia, Dona Milene! Está pronta pra receber alta?
- Já?- Falei espantada.
- Sim! A senhora teve parto normal, e sua filha esbanja saúde. Pode ir embora. Mas mantenha repouso. Certo?
- Certo! Bom... Vou ligar pro Neymar vir me buscar.
- Ok! Enquanto seu marido não vem, eu vou dar um banho na menina.
- Ele não é meu marido... Eu sou solteira.
- Desculpe, Senhora.- Falou a enfermeira envergonhada.
- Tranquilo.
Então ela saiu e levou a pequena pro banho.
- Ney?
- Oi, preta! Como estão?
- Recebemos alta! 
- Poxa, e agora? Estou concentrado, não tenho como ir te buscar... 
- Relaxa, eu me viro, chamo um taxi...

- Eu te levo.- Disse a voz que vinha da porta.

segunda-feira, 30 de abril de 2012

Livro Milene- Capítulo 2

 Senti um alívio, e logo tudo ficou preto. "Calma, pequena. Você vai ficar bem." eu via Lucas dizendo isso, mas era em uma outra ocasião, quando eu tive o tumor no cérebro, e ele me acalmava quando eu pensava que tudo ia acabar. Ele era meu porto seguro, e hoje eu não tinha mais nada. 
Senti minhas forças voltarem, mas minha visão estava muito embaçada, só conseguia ouvir vozes e sons de aparelhos de hospital. 
- Subindo a frequência pra 200... Afastem-se.- E senti minha visão clarear. Dei um pulo na maca, senti um choque enorme em meu peito, foi por causa do desfibrilador. Minha reação foi perguntar do meu filho:
- Cadê meu filho?- Disse falhandamente.
- Se acalma, senhora. Você acabou de ser reanimada, teve uma parada cardíaca no parto, teve muita hemorragia...- Explicava-se o médico.
- CADÊ MEU FILHO?- Aumentei o tom de voz, e o desespero derrepente tomou conta.
- Acalme-se, a senhora não pode passar nervoso... 
- C..A...D...Ê...M...E...U...F...I...L...H...O...?- Falei pausadamente, mas em voz alta. Eu odiava que me enrolassem.
- É uma menina.- Eu me virei, e era Neymar. Estava com minha pequena no colo, sorrindo. Um alívio bateu em meu peito, e meu coração se encheu de felicidade. Sorri, em meio as lágrimas, e Neymar a colocou do meu lado.Eu a olhei e me espantei: MEU DEUS, ELA ERA EXATAMENTE A CARA DO LUCAS! Os mesmos lábios, o nariz, as orelhas, e até a cor. 
Neymar me olhou desconfiado, e disse com um olhar sínico:
- Olha... Não é por nada não, mas você deve ter arrumado um cara idêntico ao Lucas, lá na França, porque essa menina é idêntica a ele! Tadinha...
- Ai, para de ser ridículo, Neymar... - Falei tentando desviar o assunto.
- Tá bom, se você quer me esconder, tudo bem. Não está mais aqui quem falou! - Disse ele, todo bobo com a minha menina no colo. 
- Senhor Neymar, agora precisamos levá-la para a encubadoura, com licença.- Disse a enfermeira pegando a menina do colo dele, e a levando pra longe de mim. 
- Ney... Como você ficou sabendo que eu estava aqui?- Perguntei curiosa.
- Bom... Não é muito dificil saber, né... Acho que todo mundo sabe!- Falou Neymar apontando pra fora da sala de parto, onde havia vários repórteres.
- Eu não acredito.- Falei indignada.
- Pois é. Pode acreditar. Desde que você chegou no Brasil eles estão te seguindo, e viram você ser socorrida pela ambulância... Sabe como é, repórter parece urubu em cima da carniça.- Falou rindo.
- Verdade... Só espero que não inventem mais alguma história a meu respeito. Só isso. - Respirei cansada, e fechei meus olhos. 
4ºTemporada- LIVRO MILENE- Capítulo 1

E foi alí, em meio a multidão, que vi aqueles olhos cor de jabuticaba, de Lucas. Aqueles olhos que me hipnotizavam quando estava em direção dos meus. Mas já não havia mais aquele brilho, não tinha mais aquela cor viva que sempre teve... Estava apagado, fosco, como os de um defunto. Os meus não estavam diferentes, depois que eu o deixei, Daniel me deixou, Neymar e Carol também me deixaram, eu fiquei sozinha. Eu e meu filho. Nosso filho. E lá estava eu, na frente do portão de nossa ex casa, tentando entrar. Minha vida passou como um filme, até achei que estivesse ficando louca ao ver nossas cenas se passando, mas era apenas um devaneio. A saudade dele era tanta, mas eu estava bloqueada, eu não consegui mais chorar, nem conseguia mais sorrir. Era como se todos os meus sentimentos em relação a ele, estivessem sido congelados. Talvez isso fosse bom, talvez eu conseguisse esquecê-lo... 
- Outch.- Gritei levemente, ao sentir minha barriga dar uma pontada.
 Então percebi, que mesmo que eu quisesse, eu jamais poderia esquecer Lucas. Eu estava carregando sangue do sangue dele em meu ventre, e em breve, estaria em meus braços. Eu mal poderia esperar pra ver aquele rostinho de anjo, mamando em meus seios, chorando de madrugada, e ver todos aqueles pequenos dedinhos, unhas, olhos, nariz, boca, orelha... Eu tinha quase certeza de que seria um mini Lucas. Eu sentia tanta falta dele... 

3 meses depois... 
- Ai...- Acordei assustada no meio da madrugada. Será que foi mais um pesadelo? Me levantei, fui até a cozinha beber um copo de água, lavei meu rosto, e parei em frente ao espelho de corpo inteiro que tinha em meu quarto.
- Como você tá grande, filho...- Falei acariciando minha barriga, quando sinto uma dor tão forte que não aguentei ficar de pé, minhas pernas cederam, e caí no chão. Estava meio tonta, e me preocupei ao ver que estava sangrando.
- Ai meu Deus, o que será que aconteceu? SOCORRO!- Gritei alto, mas em vão. Ninguém poderia me ajudar, e muito menos me escutar. Eu estava sozinha, e meu filho corria risco de vida. Me arrastei pelo chão do quarto, e consegui alcançar meu celular que estava em cima da cama. Liguei pra emergência, e estavam vindo pra cá. Eu estava em desespero, e se meu filho não resistisse? Se ele morresse, eu também morreria. Lágrimas não tinham mais de onde sair, e novamente senti a dor. Dessa vez com muito mais intensidade, e acabei desmaiando.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Capitulo 4


Tudo que eu queria, era ter um pouco de paz, com minha mulher. Mas, Nayara voltou a me procurar, e fazer chantagens, dizendo que iria inventar que tinhamos ficado denovo. Recebo uma ligação desesperada da minha mãe, dizendo que meu irmão Thiago tinha sofrido um grave acidente de moto. Me desesperei, por mais que não fossemos apegados, ele era sangue do meu sangue! Fui desesperado para o hospital, Milene tentava me acalmar, mas nada adiantava. Ele não podia morrer! Para piorar as coisas, fui chamado para uma reunião no clube que jogava, e me disseram que eu estava sendo vendido, mas era pra times do Japão, ou Ucrânia. Falei pra Milene, que se assustou, e disse que não iria pra esses países, mas eu não poderia abandonar minha carreira, e se ela me amasse de verdade, ela iria comigo até o fim do mundo. 
Voltamos para o hospital, aguardando noticias de Thiago, quando vejo na televisão o Ex namorado da prima dela, Ian Somerhalder, dar pistas que estava apaixonado por Milene. O que ela tinha que todos se apaixonavam por ela? Eu sei que não era apenas o corpo perfeito, muito menos o sorriso. Era algo sobrenatural, como se o cheiro dela atraísse todos os homens ao seu redor. Olhei para ela, e ela realmente não tinha culpa, eu sei que ela as vezes abusava disso, e ficava com alguns homens, aqueles que toda mulher desejaria ter em suas camas. Ela os tinha, e depois eles ficavam como cachorrinhos atrás dela. Eu tinha sorte em ter ao meu lado, mas tinha que conviver com isso. Depois de ficar com raiva dela, entendi que ela era mesmo linda, e que qualquer homem iria querê-la. Me desculpei, e nos beijamos. Neymar apareceu desfarçado com uma piruca ridicula, e um bigode para ver Thiago, mas infelizmente ele não foi o único. Nayara apareceu, e começou a provocar Milene, dizendo coisas absurdas a nosso respeito, e falando coisas do nosso passado. Milene, obviamente não aguentou, e me deixou. Novamente. Fiquei em estado de choque, afinal eu tinha acabado de recuperá-la. Sinceramente, por mais que eu amasse Milene, eu não aguentava mais esses surtos dela. E decidi seguir minha vida. Fechei com o Metalist da Ucrânia, e logo iria para lá. Eu não sabia por onde ela andava, eu só sabia que iriamos oficialmente nos separar. Minha mãe que estava resolvendo as coisas, e ela chegou em mim, e disse:
- Filho, tem certeza que quer isso?
- Não, mãe. Eu a amo, mas ela não acredita em mim, e ela não quer me acompanhar! Não posso estragar minha vida por causa dela... E com o tempo esse amor vai passar.- E esse era eu, um completo idiota, tentando me enganar, pensando que eu poderia esquecê-la.
- Filho, eu te conheço. Mas, não vou discutir... Faça o que achar melhor, eu vou te apoiar sempre. E... 
- E?
- Eu sei onde ela está.
- Onde?
- Na casa do Neymar.
- Eu sabia.
- Mas filho, não vai fazer nada de imprudente, ta?
- Mãe, só quero me despedir dela. Me ajuda?
- Você não tem jeito, Lucas! Ta bom, eu ajudo.
- Distraia ela, enquanto eu entro na casa. Certo?
- Ta! Cuidado, filho. Não vá se machucar. E nem machucá-la, ela é uma boa moça.- Minha mãe iria ligar pra ela, enquanto eu entrava na casa. Neymar tinha ido pro treino, Carol tinha ido junto. A casa estava livre. Mandei um sms, avisando minha mãe. Ouvi de longe o telefone tocar, e entrei na casa. Subi até o quarto e me escondi, não demorou muito e ela entrou no quarto. Eu fechei a porta, e coloquei a mão em seu ombro. Vi todos os pelos dela se ouriçarem. Beijei seu pescoço e a abracei de costas. Obviamente eu ja estava excitado. Mas eu parei, e decidi pedir a opinião dela. Ela cedeu, obviamente. Comecei a beijá-la, e tirar sua roupa. Eu sabia exatamente o ponto fraco dela, e ela foi minha, pela ultima vez. Eu queria que ela fosse comigo, mas nem aquilo a convenceu. Eu não a forcei, apenas entendi e fui embora. 
No outro dia, eu fui para Ucrânia, e fiquei sabendo que ela iria pra França. 
Estavamos sendo separados pelo destino. Talvez nosso destino não era ficar juntos, mas se fosse, nem o tempo iria apagar nosso amor. O tempo passou, e foram cerca de 3 meses. Eu iria estreiar no meu clube, mas de repente, bateu uma saudade dela, e decidi ligar. Para minha surpresa, um homem atendeu, dizendo:
- Aqui é o Daniel, a Milene está tomando banho porque vamos sair.- QUEM ERA ESSE CARA? E O QUE ELE ESTAVA FAZENDO COM O CELULAR DELA? Ah, Milene! Já me esqueceu! Pena que não podia dizer o mesmo. Fui jogar, e joguei muito mal, minha mente estava nela, só nela. 
Alguns meses depois, fui convocado para jogar com a Seleção Brasileira, e o jogo seria no Brasil. Ah, que saudades do meu país! Saudade do calor, das praias, de tudo... Ironicamente, pensei: "Imagine que louco, eu encontrar a Milene lá?". Isso era impossivel, ela estava refazendo a vida dela lá, talvez com outro. E não tinha coisa que mais doia em mim, do que vê-la feliz com outro, em saber que outro a tinha nos braços. 
Chegou o dia do jogo, desembarcamos no aeroporto de Cumbica, em Guarulhos. Fui um dos últimos a aparecer no saguão. Ouvia muito gritos, provavelmente era por causa de Neymar. De longe vi ele abraçado com uma mulher, talvez fosse uma fã. Falando em fã...
- LUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUCAAAAAAAAAAAAAAAAAS!- Era a pequena Thays, doidinha como sempre! Mas um amor de pessoa, e super dedicada a mim, eu era muito grato a ela, e gostava desse tipo de carinho, desse amor puro que ela sentia por mim, o amor de fã. Eu sabia que ela me amava o mesmo tanto que alguém da minha família, e era capaz de fazer qualquer loucura por mim, assim como fez em outras ocasiões. Fui atendê-la, e ela me abraçou forte dizendo:
- Vai ficar tudo bem, torço por vocês.- Eu não entendi. 
- Oi?- Respondi ironico.
- Olha lá...- Disse ela apontando pro meio da multidão. Gelei ao ver que era ela. Estava linda. Mas levei um susto ao ver sua barriga. Ela estava grávida. Realmente eu não tinha mais chances, e todo o meu mundo acabou alí. Os seguranças me afastaram de Thays, que me olhava triste, e eu não tinha a minima condição de enfrentar os seguranças para voltar lá. Eu queria apenas esquecer aquela cena. Fiquei de reserva, e não joguei. Talvez fosse uma maré de azar. Voltei para a Ucrânia, e não conseguia me concentrar em nada, nada além de Milene e sua gravidez. Todo esse tempo que lutei pra esquecê-la, acabou quando eu vi seus olhos. E tudo mudou. Tudo acabou.



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FIM DO LIVRO LUCAS.

 Recomeçaremos com a Milene narrando, da onde ambos pararam. No encontro do aeroporto. Espero que tenham gostado! E continuem acompanhando, estamos chegando ao fim... =/ Beijos no coração. MUITO obrigada por lerem. Vocês são demais!
Capítulo 3


Eu não tinha outra opção, a não ser dar um tempo para Milene pensar. Talvez uns dias. Estava indo treinar, quando Neymar me liga, dizendo que ela iria passar alguns meses nos EUA, com a prima. Quase enlouqueci de raiva. Como ela poderia fazer isso comigo? E se lá ela encontrasse outro? Mas, eu tinha que deixar ela decidir, afinal eramos adultos. O tempo passou, e aquela dor que a saudade e todos aqueles sentimentos que não foram resolvidos entre nós, estavam ainda mais confusos, e por mais que eu tentasse olhar pra outra mulher, ou ficar com alguma, eu tinha apenas aquele prazer momentâneo que o sexo me dava, mas quando eu deitava pra dormir, no silêncio da noite, era que o arrependimento batia, e o cheiro dela espalhava por todos os cantos da casa. Estava eu louco? Eu precisava conversar com alguem, mas quem me entenderia? Dormi de tão cansado que estava, aqueles 2 meses de ausencia da Milene, me trouxeram grandem olheiras ao redor dos olhos, e isso estava visivel, e preocupava a todos, principalmente aos dirigentes do clube em que eu treinava. Fui treinar, e encontrei alguns jogadores pegando o Dagoberto no colo, e comemorando. Fui perguntar o que era, e vi que ele seria pai novamente. Fiquei feliz pelo meu parceiro, e com um pouco de inveja, pois era meu sonho ter um filho. Depois do treino, fui cumprimentá-lo, e ficamos conversando. Dagoberto era um cara maduro, e muito sabio. Logo percebeu que eu não andava bem, e me perguntou o que estava havendo. Contei a ele sobre o que tinha rolado, e ele disse pra eu correr atrás dela. Será que eu deveria? Será que ela ainda me amava? Eu fui um estupido, e não merecia ser perdoado. Sempre pensando com a cabeça de baixo, agindo por impulso e acabava me ferrando, perdendo tudo que amava. Neymar me mandou uma sms, dizendo:
- Tua mina tá de volta, acho bom se vc quiser algo com ela, aceitar o meu plano. - Minhas pernas amoleceram ao saber que ela estava de volta, meu coração bateu mais forte, coisa que não acontecia desde antes de ela partir. E qual era esse tal plano? Resolvi perguntar, de curiosidade.
- Plano? Que plano? Fico feliz pela Mi ter voltado... Como ela tá? Poxa, preciso ver ela ...
- Por enquanto é segredo, mas você confia em mim? Ela tá linda, como sempre... 
- Vai ficar fazendo joguinho mesmo, parceiro? haha Eu imagino, ela é uma gata ;)
- Confia em mim, que vai dar tudo certo, meu chapa. Se liga...
- Firmeza, vou confiar. Mas o que eu tenho que fazer?
- Se der tudo certo, a Carol te pega aí as 13:30, fechou?
- OK, vou esperar. - Ansiedade exalava, o que Neymar estava planejando?
Fui me arrumar, e ouvi a buzina tocar, olhei no relógio e eram 13:30. O plano deveria ter dado certo. Estava excitado para saber o que tava rolando. Sai e Carol sorriu, entrei no carro e ela me contou o que iria acontecer. Neymar iria levar Milene até uma praia deserta, e lá nós iriamos conversar. Eu e ela. Tava torcendo pra dar certo, eu precisava ter minha menina de volta, de qualquer jeito.
Cheguei lá, Milene estava sentada na areia, de costas, e só vi ela olhar de rabo de olho, senti meus pelos arrepiarem, conversamos um pouco, mas como sempre, ela muito teimosa começou a apertar o passo em uma trilha, até que chegamos a uma pedra, que havia ali e o mar que ali tinha 100 metros pelo menos de fundura. Senti um aperto no estomago, e vi ela subindo na pedra. Eu era muito mais forte que ela, e a segurei. Pensei que ela tinha mudado, mas continuava a mesma Milene, disposta a fazer loucuras pra fugir da dor. Descobri que ela estava grávida, e não... o filho não era meu. Fiquei possesso de raiva, afinal, ela tinha me traído. E ainda mais com aquele famosão, o Taylor Lautner. Gritei com ela, e ela chorava. Num descuido, ela se jogou. Desespero tomou conta, e o arrependimento também. Quem era eu pra julgá-la? Eu transei com 3 garotas em uma noite! Não pensei duas vezes e pulei pra salvá-la. Puxei-a até a superficie, e ela voltou desacordada. Meu Deus, e se ela tivesse morrido? Eu me mataria. Felizmente ela voltou, e prometi cuidar dela, por mais que o filho não fosse meu. Mas ela disse que poderia ser meu, pois as mulheres da familia dela só apontavam gravidez nos ultimos meses de gestação. Acabamos fazendo amor, ali mesmo. Não posso dizer que foi a melhor, pois o lugar não era tão adequado, mas ela sabia exatamente como me satisfazer completamente, me levava ao extase. Voltamos para casa, e encontrei a prima dela, seu namorado, e pra minha surpresa, Taylor- O "lobinho". Ele começou a querer tirá-la de mim, e zombando da minha cara. Minha vontade era de esmurrá-lo, até ele perder todos aqueles dentes da boca. Mas me controlei por Milene, e também porque ele era mais forte que eu, e obviamente eu perderia. Fomos fazer o exame de DNA, e deu que o lobinho era o pai, mais tarde descobrimos que foi uma fraude, porque Taylor queria ficar com Milene, e fraudou os resultados. Até aí, tudo bem. Mas em um certo dia, Milene me manda uma sms, dizendo que não estava nada bem com Neymar e Carol, e ela estava indo conversar com ele. Neymar teve um acesso de raiva e empurrou Milene, e ela perdeu o bebê. Milene, obviamente me contou isso só depois. Mas há males que vem para o bem, eramos novos e poderiamos ter muitos filhos. Como se não bastasse, Milene descobriu ter um tumor no cérebro, mas ela teve fé em Deus que a curou. Decidi pedí-la novamente em casamento, mas dessa vez fiz algo romantico, pedi em uma sessão de cinema. Os olhos dela brilhavam como a lua cheia, que brilha em seu ponto máximo. Enfim, estavamos casados. Confesso que fiquei intrigado, e enciumado com os presentes que Cristiano Ronaldo deu a ela, mas ela estava feliz ao MEU lado, e isso bastava. Eu a tinha de volta, em meus braços, e lutaria por isso, pra não perdê-la nunca mais.

segunda-feira, 26 de março de 2012

Capítulo 2


Fúria, ódio, confusão. Esses eram apenas alguns dos sentimentos que eu estava sentindo alí, naquele altar, com minha pequena Milene à minha frente, olhando para mim indignada, acreditando nas palavras de Paulo Henrique. Eu passava por tudo tranquilamente, mas vê-la chorar, era como se alguém me nocauteasse. 
-Acredita em mim, Milene.- Foi meu pedido mais desesperado. Aliás, foi a única coisa que conseguiu sair da minha boca. Seu olhar desnorteado, confuso, desesperado, me passaram medo. Não confiava em seus atos, infelizmente Milene tinha atitudes estranhas em situações desesperadoras, portanto eu fiquei temeroso, esperando que algo acontecesse, de fato aconteceu, e me pegou de surpresa. Ela fugiu. 
- MILENE!- Gritei desesperado. Em vão, pois Milene saiu correndo, aos prantos, em direção a praia. Tentei acompanhá-la, porém Ganso me impediu. Neymar foi atrás dela, mas talvez fosse tarde demais. Ela tinha desaparecido, minha cabeça estava a mil por hora, pensando em tudo que poderia acontecer... E se ela morresse? Eu me culparia eternamente por não ter me defendido daquela acusação. Nayara grávida? Que argumento mais ridículo para se acreditar, mas ela acreditou.
- MILENE!- Gritei mais uma vez, tentando me soltar de todos que me seguravam.- ME SOLTA!- Falei me irando. 
- Calma filho, ela vai ficar bem. Dê um tempo pra ela esfriar a cabeça... Esfria a sua também, olha tudo que aconteceu!- Disse minha mãe desesperada, tentando me impedir de fazer alguma besteira e piorar aquela situação.
- Mãe, eu a amo...- Segurei as lágrimas que teimavam escorrer por meu rosto.
- Eu sei filho... Mas quem ama tudo suporta, tudo crê, tudo confia, tudo espera. Se você a ama, e se ela te ama, ela vai voltar e ser sua, não importa o que aconteça. - Os olhos de minha mãe estavam brilhando, por causa de lágrimas que se acumulavam. Eu apenas a abracei, nada mais me daria conforto além dos braços da minha querida mãezinha... 
- Mãe, e se ela se matou? Mãe, se ela morrer, eu...- Pausei e me ajoelhei no chão da igreja, olhei para os céus, e implorei com o resto de forças que ainda restavam em mim:
- Deus, se o Senhor está me ouvindo, não a deixe morrer... Perdoa ela por tentar tirar sua vida... Eu a amo- Solucei, olhei para a aliança que estava em meu dedo, a beijei, e continuei:- Eu não viveria num mundo ao qual ela não existisse. Se ela morrer, eu também morro. Eu a amo,  mais do que qualquer coisa em minha vida, se ela não for pra ser minha, tudo bem. Mas deixe ela viver."- Enxuguei minhas lágrimas, e terminei de me sentar no chão. Minha mãe se sentou ao meu lado, e me abraçou, coloquei minha cabeça em seu colo, e ela me acariciava. Eu a olhei, e disse sorrindo:
- Você está linda. Minha rainha. - Ela sorriu, e respondeu:
- Você sempre foi bobo... Meu bebê. Não chora, por favor... Ninguém é digno das lágrimas do meu pequeno.- Por mais que eu quisesse concordar com ela, não era por "alguém" que eu estava chorando, era por Milene. A mulher da minha vida. 
Me levantei, e fui até meu carro. Minha mãe foi ver Milene por mim, se a tinham achado. 
Me sentei no banco, e dei um soco no volante, eu estava morrendo de raiva de Ganso, aquele desgraçado. O que mais me dava ódio, era que ele teve o tempo todo pra me separar de Milene, mas ele resolveu ir no meu casamento. Sabendo o quão Milene é sensível... Minha vontade era de caçar aquele filho da .... Até o fim do mundo, e matá-lo. Mas nada disso iria me trazer Milene de volta. Nada do que eu fizesse nesse momento. Eu a queria, mas teria que respeitar seu espaço. 
- EU SOU UM IDIOTA!- Esbravejei, ligando o carro e cantando pneu. Fui até em casa, entrei no meu quarto, e a primeira coisa que fui procurar foi meu celular, e ligar pra Neymar pra saber se estava tudo bem. Só chamava. Desespero bateu mais forte do que tudo, procurei me controlar, mas era impossível.
- ATENDE PORRA!- Gritei no celular, enquanto as chamadas estavam sendo encaminhadas para a caixa de mensagens do Neymar. Tentei mais uma vez e nada. 
- DESISTO!- Explodi jogando o celular em cima da cama e me levantando, indo até o banheiro. Tirei meu terno, depois minha camisa, fiquei apenas de cueca, olhando o porta retratos que tinha a foto de Milene e eu. Acabou? Eu não queria aceitar. Meu celular tocou, sai correndo, e atendi:
- Lucas?- Era Neymar.
- Cara como ela tá? - Perguntei desesperado.
- Ela tentou se matar... Bateu a cabeça em uma pedra, desmaiou, bebeu muita água, e ...- O silêncio tomou conta, assim como meu desespero.

segunda-feira, 19 de março de 2012

4º Temporada. Capítulo 1- Livro ~LUCAS~

Um olhar. Foi isso que bastou pra eu me apaixonar por Milene. Eu não sei o que ela tinha, mas não consegui conter, e tive que me aproximar dela. Aproveitei que Neymar e Carol se afastaram, e fui puxar conversa. Ela era diferente das outras. Eu ainda tinha uma queda pela minha ex, Nayara; Porém, quando eu a vi, meu mundo parou. Aquela voz doce, e o perfume amadeirado que ela usava, me enfeitiçaram. Eu a chamei pra sair, e ela aceitou. Pisei na bola, me precipitei. Consegui apenas um beijo, naquela noite em que a conheci. Logo depois, Carol sofreu um acidente, e eu e Milene nos reencontramos. Fomos tendo mais contato, e certo dia, ela me chamou pra ir em sua casa, pra assistirmos um filme. Tivemos nossa primeira relação, e a partir daí começava a nossa história, a minha vida começava alí. Deitada ao meu lado, coberta somente até a cintura, estava ela. Nua, e perfeita. Seu cheiro era como bálsamo, e sua pele era como seda. Podia ser precipitado dizer naquele momento que eu a amava, mas eu já estava bem apegado a ela. Tive que deixá-la dormindo, pois tinha treino, mas a noite, Neymar se "alto convidou" pra uma pizzada na casa dela, eu de pronto aceitei... Porém, não eramos só nós, ele chamou outros jogadores do SPFC, e o ex dela... Paulo Henrique Ganso. Ao vê-lo, eu senti uma sensação estranha. Algo de ruim estava por vir. Mas, Milene estava ao meu lado. Por mais que não tivéssemos nada de sério, nós estavamos ficando, e pensei que ela respeitasse isso. Depois de algum tempo, descobri que naquele dia, Ganso e Milene, tiveram sua "primeira" relação. Ficar sabendo daquilo, foi como enfiar uma estaca em meu peito. Eu tinha sido pego de surpresa, eu tinha sido traído. Pra me vingar, alguns dias depois do ocorrido, Neymar deu uma festa, pra assumir seu romance com Carol, e eu beijei a minha ex, Nayara, na frente dela. Por mais que me doece ver aqueles olhinhos castanhos cheios de lágrimas e ódio, eu estava possuído por raiva, e não pensei nas consequências, apenas agi imaturamente, e beijei Nayara. Pensei que ela apenas ficaria triste, com raiva, mas ela fez pior. Pagou com a mesma moeda, e beijou o Ganso na minha frente. Eu quis me controlar, mas quando vi, já estava em cima de Paulo Henrique, socando sua cara. Ele ainda gostava dela, e ela se aproveitou disso. Viramos notícia no dia seguinte, mas tudo que eu queria, era voltar com Milene, por mais que eu estivesse machucado com a história da traição. Corri atrás dela, e voltamos. Porém, eu ainda carregava a sombra de Nayara. Eu não resistia aos charmes dela, e ela sabia como me seduzir. Eu perdi minha virgindade com ela, e ficamos três anos juntos. Comecei a me encontrar com ela denovo, e em uma viagem ao RJ com Milene, ela descobriu. Nos separamos. Voltei com Nayara, e assumimos nosso namoro. 1 ano se passou, e era minha festa de aniversário. Eu acordei, e senti Nayara ao meu lado, me acariciando. Por mais que eu sentisse desejo por ela, eu não a amava. Eu amava Milene. Mas Milene não me queria, e como homem, não podia ficar sozinho, e  fui empurrando com a barriga meu relacionamento com a Nayara. A festa já havia começado, e vi Neymar e Carol... Eu queria vê-la, mas ela não estava lá. Nayara me levou até a garagem pra me dar um presente, era um gel de beijo, e ela quis testar alí mesmo, não resisti e a beijei. Mas, abri os olhos ao reconhecer aquele choro. Era ela. Milene. Com os olhos cheios de lágrimas, e um desespero em seu rosto. Confuso, minha vontade era de jogar Nayara longe, e sair correndo e abraçar minha morena, minha pequena. Carol tentando contornar a situação, disse que ela havia perdido um parente, mas eu sabia que o motivo de suas lágrimas era o beijo que ela tinha presenciado, entre eu e Nayara. Neymar me contou que iria pra Europa, e Carol ia junto. Meu desespero foi saber que Milene ia também. Mandei mensagem dizendo que sentia falta dela, mas não obtive resposta. Ela estava me ignorando. Milhares de coisas passaram por minha cabeça, eu não poderia perdê-la por nada nesse mundo, então resolvi ligar pra ela. Ela me atendeu rispidamente, e a olho nú, ela estava magoada comigo. E tinha razão, eu era um idiota. Eu disse que a amava, porém ela respondeu: "Pena não poder dizer o mesmo". Aquilo foi pior do que tomar banho de água fria no inverno, eu não esperava isso. Eu sabia que ela tinha algum sentimento por mim, só estava chateada demais pra admitir. Depois ela disse que se nosso amor fosse verdadeiro, o tempo passaria, mas nós ficaríamos juntos. Tudo bem... Um tempo. Ela queria isso. Mais um tempo. Será que eu aguentaria? Tive uma atitude desesperada, de um cara que precisava de uma mulher. Fui até o aeroporto, e eu a vi de costas. Coloquei a mão em sua cintura, puxei levemente seu cabelo e a beijei. Depois, me afastei, e ela assustada não entendeu o que estava acontecendo, mas eu sei que ela gostou do que eu fiz. Eu me despedi e sai correndo. Mas eu não podia ficar parado, eu ia mesmo deixar a mulher da minha vida escapar? Eu queria ir correndo até ela, mas eu não podia. Era final de campeonato, e tinha jogos importantes essa semana pra eu jogar. Só poderia ir na outra semana pra Espanha, e era o que eu ia fazer. Semanas se passaram, e recebi a notícia que talvez eu fosse trocado pelo Kaká, e eu iria me encontrar com Wagner, meu empresário, no mesmo hotel que Neymar, Carol e Milene estavam. Eu queria muito vê-la. Ao chegar no saguão do hotel, avistei Neymar, e ao seu lado estava Carol. De costas estava ela. Respirei fundo, e me aproximei dela. Coloquei a mão em seu ombro, e ela se virou, e me abraçou. Era mais que desejo o que eu sentia por ela, era amor. Mas minha felicidade acabou, quando eu vi o Cristiano Ronaldo-sim, ele mesmo.- se aproximar dela, e a beijar. Era coisa demais pra minha cabeça. Virei as costas, e fugi. Pra não cometer uma loucura, eu fugi. O tempo passava devagar, eu não tinha motivos pra jogar, pra viver. Nayara se foi, sem dar notícias. Milene estava com o CR, e eu? O velho Lucas Moura, sozinho por atitudes impensadas. Neymar me ligou, e pediu que eu os buscasse no aeroporto, eu queria vê-la, mesmo a possibilidade de ela voltar pro Brasil sendo nula, ela deveria estar até casada, grávida, do Cristiano. Eu evitava pensar nisso, não queria ficar remoendo mais o passado, e desgraça que minha vida se tornara. Não hesitei, e fui buscá-los. Ao avistá-los no aeroporto, gelei ao ver Milene ao lado de Carol. Ela estava linda. Com um ar de mais mulher, mais sexy, tinha perdido aquela coisa de garotinha. Isso me enfeitiçava. Ela foi se aproximando, e não me viu, eu aproximei minha mão de seu corpo, e ela me abraçou, e me beijou. Me assustei, fiquei confuso. Por mais que eu sentisse desejo de beijá-la, era confuso acontecer ali e agora. Pensei que tudo iria ficar bem, mas algo a tirou de meus braços. Ela havia sido sequestrada. Entrei em desespero, corri atrás, porém, fui atingido por um tiro na perna. Não pensei em recuar, mas senti minha perna ceder, e fiquei desesperado em dobro, pois talvez aquilo prejudicasse minha carreira. E se eu perdesse o movimento das pernas? Mas, meu foco era ela. Fui socorrido, e levado ao hospital, mas meu coração estava em mil pedaços. Ela havia acabado de voltar pra mim, e a tiraram daquele jeito. E se abusassem dela? Eu iria procurar o desgraçado até o inferno, mas iria me vingar. Neymar me tranquilizou mais tarde, dizendo que haviam a encontrado, e nada de mal a tinha atingido. Eu só queria tê-la mais uma vez em meus braços. Fui pro quarto, a cirurgia foi um sucesso. Ela veio me ver, e nos resolvemos. Voltamos a namorar, e no aniversário do filho do Neymar, eu resolvi pedi-la em casamento. Era a minha certeza. Eu a amava, e queria tê-la ao meu lado pra sempre. O dia do casamento chegou, eu estava ancioso, nervoso, apreenssivo. Quando ela entrou na igreja, minhas pernas tremiam, e toda minha timidez estavam indo embora. Eu queria pegá-la no colo e sair correndo. Eu e ela. O pastor começou a ministrar, e falamos nossos votos, ela aceitou e eu também. Porém, perguntaram: "Se há alguém contra esse casamento, fale agora ou cále-se para sempre". E alguém se manifestou. Acabando com o "pra sempre..."que planejamos.

segunda-feira, 12 de março de 2012

Olá minhas leitoras! Tive uma idéia para a 4º temporada, assim como no livro "Amanhecer", quero fazer a nova temporada da web, dividida por dois narradores. A novidade é: o narrador será o Lucas! Sim, isso mesmo.
Sthephenie Meyer colocou o Jacob, eu coloco o Lucas. É uma forma dele também dizer, como ele se sentiu em certos acontecimentos da web. Relembrando os piores momentos, e contando essa nova parte de sua vida, sem Milene. E no final, a Milene termina a web. Espero que curtam... COMENTEM SOBRE....Bjosss
Capítulo 32


Confusão. Dor. Alívio. Um mix de emoções, em uma só pessoa. Eu. A mesma Milene de sempre. Eu estaria inconformada se isso não estivesse acontecendo. Essa era a minha vida. Viver confusa. Muitos chamam de bipolaridade. Eu até em partes concordo, porém, a minha vida é uma confusão que só. Eu e o Lucas, já tivemos tantos "vai e vem", que perdi as contas. Mas no final, nosso amor superava a tudo. Mas, após a nossa ultima separação- talvez a ultima- viajei para a França, para morar com os meus pais. Conheci Daniel, ele me ajudou a superar em partes a minha separação, porém, ele se apaixonou de forma errada por mim. Nesse meio tempo, descobrir estar grávida de Lucas. Daniel não aceitou e fugiu, sofrendo um acidente e morrendo. Decidi voltar ao Brasil, não iria aguentar ficar com a sombra de Daniel me atormentando na França. Encontrei Neymar no aeroporto, e novamente, senti segurança, ele era um irmão que eu não tinha. Sei que ele me "expulsou" de sua casa, no momento que mais precisava, porém, sinto aqui dentro, que a culpa foi de Carol. Nos últimos tempos, ela mudou muito, não sei explicar o porque... Ela sempre foi a minha melhor amiga, mas talvez, ela tenha se irritado com meus transtornos emocionais, aliás: Quem não se irritou comigo? Eu tive a moral de afastar todos ao meu redor. Todos que me amavam. Estou "sozinha". Daqui pra frente, será apenas: Deus, eu e meu filho. 
Gostaria que fosse diferente, porém, minhas escolhas que fizeram isso acontecer. Minha vida inteira passei tentando fazer o melhor pra todos, e no final, caí no meu maior medo: ficar só. 
Voltei ao Brasil, na esperança de reecontrar uma nova vida. Longe de tudo que me machucou, mas o destino, mais uma vez, brincou comigo. E a primeira pessoa que encontro, é uma fã do Lucas. E consecutivamente, ele. Meus olhos encontraram os dele, de longe, no meio daquela multidão, naquele aeroporto. Ele me olhou assustado, imaginando o que eu estaria fazendo no Brasil, e o pior: grávida. Ele não imaginava que aquele filho era dele, deveria estar pensando que era de Daniel... Estava pensando, e lembrei do episódio, que Daniel atendeu meu celular, e era o Lucas. Ele disse que estava saindo comigo, e Lucas desligou. Após aquele dia, Lucas não ligou mais... Deveria estar magoado, pensando que eu já o superei, e tinha outro. Estão vendo, que confusão a minha vida? 
Eu nunca fui uma garota normal. Sempre fiz coisas por impulso, e sempre quebrei a cara. 
Hoje estou aqui, no Brasil, mais uma vez... Na frente da minha ex casa com o Lucas, criando coragem para entrar nela. Mil lembranças passando por minha mente. Um sentimento ruim apertando meu coração.
Eu não tinha certeza se queria o Lucas de volta, e se ele me queria. Eu não iria para a Ucrânia, e ele não viria atrás de mim. 
Talvez eu arrumasse um emprego, ou viveria de renda, aplicaria o dinheiro que Lucas me deu no divórcio e viveria com o juros. 
Dedicaria todo o meu tempo para meu pequeno Daniel. 
Eu e ele, é o que seria da minha vida. Tudo que eu não queria.




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FIM DA 3º TEMPORADA. (CONTINUA...)

terça-feira, 6 de março de 2012

Capítulo 31

- Desculpa!- Falei levantando a cabeça. Me espantei.- Pera aí, eu te conheço!
- NÃO PODE SER! - Falou a pequena menina, de cabelos loiros.
- Thays, certo?- Falei.
- ISSO! Ai que emoção, você lembra de mim!... Pera aí, é impressão minha, ou você... Tá grávida?- Falou assustada, a menina.
- Sim. - Respondi, sorrindo.
- Que linda! Posso por a mão? - Falou.
- Claro!- Assenti, e ela colocou a mão em minha barriga. O pequeno Daniel, mexeu, e ela pulou, assustada.
- O bebê mexeu!
- Sim... Ele gostou de você!- Falei sorrindo.
- É verdade...- Ela se distraiu, e falou:
- Mi, com licença, preciso ir correndo alí, ver a Seleção Brasileira desembarcar! Ah, acho que seu amigo Neymar, deve estar junto, hein?- Falou, e me alegrei.
- Jura?- Sorri involuntáriamente.
- Claro! Ele foi convocadíssimo! Assim como o...- Ela parou, e saiu correndo, e me puxando.
- Vem, eles chegaram!- Saí correndo, e entrei em meio a multidão que alí estava. Passei por meio de algumas meninas com cartazes, e consegui chegar na grade.
Avistei de longe, Neymar, com fones de ouvido. Ele estava distraído, e quase passou direto por mim. Eu gritei, o apelido de infância dele:
- NeyLUA!- Ele parou, procurando confuso no meio da multidão. Algumas meninas me empurraram, porém, consegui chegar até o segurança que o escoltava. Eu gritei novamente:
- NEYLUA! - Ele enfim, me enchergou, e sorriu. Falou animado:
- MILUCA!- E me abraçou, afastando os seguranças.
- Que saudade, meu loiro!- Falei rindo, passando a mão no cabelo dele.
- Espera aí... É isso mesmo que tô vendo?- Falou espantado olhando minha barriga.  
Sorri involuntariamente, passando a mão em meu ventre.
- Eu vou ser titio, e nem fiquei sabendo?- Ele riu, me abraçando.
- Sim... De um menino!- Ele me olhou, e beijou minha barriga.
- Seja bem vindo, meu sobrinho! - Ele se afastou, e os seguranças falaram:
- Neymar, 2 minutos pra embarcar. - Ele olhou bravo, e suspirou.
- Já vou. Só deixa eu me despedir.- Ele me olhou, e abraçou-me novamente.- Saudades LOCA!
- Eu quase morri de saudade... E como tá a Carol?
- Tá bem, tá em Roma, apresentando a nova coleção da grife dela, pra Giorgio Armani!
- Olha, que chique! - Falei rindo.
- Nega, me liga! A gente se fala... Não some!- Me beijou no rosto, e passou mais uma vez, a mão em minha barriga.
- Ok, vai lá! E... Boa sorte, no jogo! Quero gol, hein?- Ele sorriu, e piscou, se afastando, eu disse:
- Vai lá, Neylua! - Ele sorriu, se virando. Porém, ele voltou a cabeça, e olhou pra mim, balançando a cabeça pro lado. Olhei, e era ele: Lucas. Gelei, e comecei a tremer. Ele estava dando entrevista, e não me viu. Abaixei a cabeça, e tentei fugir das câmeras, tudo que eu não queria, era ser fotografada. Tarde demais. Vi flashs em minha direção, e vozes dizendo:
- É ela... A Milene!- Comecei a andar rápido. Não adiantou. Fotógrafos apareceram de todos os lados, e olhei pra trás, lá estava ele. Quando terminou de dar a entrevista, ele viu a movimentação, confuso, perguntou a Thays, que estava ao seu lado, pegando autógrafo e entregando presentes. Ele parou, enquanto ela sorria. Ficou espantando. O olhei, e nossos olhares se cruzaram. Estremeci, ao ver ele olhando minha barriga. Uma sensação estranha atingiu meus pensamentos. O olhei de novo, e ele, agora longe da Thays, continuava a me observar. Parecia inconformado. Eu não entendi, estava confusa demais, pra raciocinar qualquer coisa. Me afastei, e perdi seu olhar.